Numa mensagem endereçada tanto ao Iraque quanto às Nações Unidas, árabes pediram hoje (04) a retomada de negociações que permitam que inspetores de armas da ONU retornem ao Iraque e advertiram que se Washington usar a força para afastar Saddam Hussein haverá reação em toda a região.
Ao mesmo tempo, em Bagdá, Saddam prometeu que o Iraque resistirá bravamente caso seja atacado. ?Devemos lutar de forma que agrade vocês e deixe o inimigo furioso?, disse ele a participantes de um encontro de parlamentares árabes sendo realizado na capital iraquiana. ?Não podemos decepcioná-los caso tenhamos de lutar uma guerra?, afirmou o líder do iraquiano numa recepção com parlamentares.
No Cairo, ministros do Exterior da Liga Árabe, composta por 22 nações, inauguraram hoje um encontro de dois dias para discutir a situação do Iraque e outras questões.
?O desafio crítico que enfrentamos agora é a ameaça dirigida ao Iraque… isto constitui um perigo para a estabilidade de toda a região?, afirmou aos ministros o secretário-geral da Liga, Amr Moussa.
Ele pediu ao Iraque para trabalhar com as Nações Unidas a fim de resolver os problemas, começando com a volta dos inspetores de armas e passando para as exigências iraquianas de que as sanções da ONU sejam suspensas e sua integridade territorial, garantida.
?Espero que encontremos uma solução baseada na resolução do Conselho de Segurança, portanto, não quero ser o profeta do apocalipse?, afirmou o ministro do Exterior egípcio, Ahmed Maher, ao ser perguntado o que ocorreria caso o Iraque continue a impedir as inspeções de armas da ONU.
Governos árabes se opõem a qualquer ataque dos EUA, argumentando que ele resultaria em desestabilizadores protestos entre árabes comuns já irritados com os Estados Unidos por considerarem que Washington favorece Israel em seu conflito com os palestinos. Líderes árabes também pedem que Bagdá respeite as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e permita a volta dos inspetores. (AE-AP)
