Árabes e descendentes fizeram
passeata pelo centro de Curitiba.

As colônias síria e árabe de Curitiba promoveram uma manifestação no centro da cidade para pedir paz no Oriente Médio e a criação do estado palestino independente. Em solidariedade ao movimento, muitos comerciantes fecharam as portas por cerca de uma hora. O ato também serviu para marcar a comemoração da Páscoa Ortodoxa, que é celebrada uma semana depois da data católica.

Com faixas e cartazes, representantes das comunidades seguiram em caminhada pela Rua Pedro Ivo, passando pela Travessa da Lapa, até a Praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná, onde aconteceu um ato público. De lá, os participantes seguiram pelo Calçadão da Rua XV de Novembro, até a Boca Maldita. O presidente da Sociedade Árabe Brasileira, Moutih Ibrahim, disse que neste ano, ao contrário da tradição, o Dia da Síria – comemorado em 17 de abril – não foi festejado, já que os países da comunidade árabe estão sendo alvo de ataques. “Resolvemos fazer esse protesto contra a guerra e as ameaças que a Síria e outros povos estão sofrendo”, disse.

Para o cônsul da República Árabe da Síria, Abdo Abage, a comemoração da Páscoa este ano terá um significado muito mais forte, “já que a guerra transformou a data em uma dia de luta pela paz.” Segundo ele, cerca de 8% da população brasileira é de origem árabe – no Paraná perto de cem mil pessoas – “e aqui fomos muito bem recebidos, onde temos uma forte participação no crescimento e desenvolvimento. Gostaríamos que esse mesmo respeito acontecesse em outros países do mundo.”

A destruição das tradições e cultura árabes foi ressaltada pela secretária de Estado da Cultura, Vera Mussi, como uma das grandes perdas para a população mundial. Para ela, a guerra terá um efeito muito negativo às gerações futuras, que não terão a oportunidade de conhecer a história da civilização, “de um povo que muito tem para contribuir, pelos costumes e tradições.” Vera Mussi destacou que qualquer tipo de manifestação contra atitudes bélicas terá eco, desde que as pessoas estejam abertas para lutar por um ideal de paz.

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