Apreciação cambial hoje é quase inevitável, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (27) que a apreciação cambial atualmente é quase inevitável. "Entre os desafios do governo hoje este é um dos maiores", comentou. Segundo ele, a apreciação cambial tem entre outras causas superávits robustos de comércio e conta corrente e forte fluxo cambial. "Evidentemente, isso traz prejuízo para alguns setores da economia", afirmou.

Ele disse ainda que, hoje, é "inadmissível" que o Brasil seja mero exportador de matéria-prima e salientou que produtos com maior valor agregado são produzidos fora do País e acabam voltando para o Brasil. Por este motivo, segundo o ministro, é importante garantir a diversificação da produção brasileira. "Não podemos depender só de commodities", avaliou. Seu objetivo é de que quando o preço das commodities cair, o Brasil já detenha uma indústria manufatureira importante.

O ministro disse que precisa administrar muitos problemas na economia brasileira, mas que eles são relativamente menores do que os dos ministros antecessores. "É melhor administrar excesso de dólar na economia, do que sua escassez", disse.

Segundo Mantega, os problemas do governo hoje "são de outra natureza" e estão relacionados com o crescimento. Na avaliação dele, o crescimento brasileiro hoje não é mais interrompido por um espirro do mercado internacional. "Nosso tipo de crescimento vem conciliando melhoria econômica com social", disse.

Ainda que as projeções do ministro para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) sejam acima das do mercado, ele admitiu hoje que o avanço não será semelhante ao da China. "Não digo que será semelhante ao da China, que tem crescimento há mais de 20 anos, mas temos como crescer continuamente ao longo da década".

As declarações de Mantega foram dadas durante evento organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em homenagem ao ministro, que foi professor da fundação.

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