Appy defende mudança na política agrícola

Brasília – O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, defendeu hoje (6) uma mudança no sistema de política agrícola do País para evitar as constantes renegociações de dívidas do setor. Appy descartou outras medidas de emergência, além das que foram incluídas no pacote de socorro ao agronegócio anunciado pelo governo. "Entendemos que o que foi anunciado aqui é suficiente para resolver a crise conjuntural do setor", afirmou.

Segundo ele, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Fazenda está estudando um conjunto de medidas estruturais para evitar que novas crises, como a atual, aconteçam no futuro. Segundo ele, o modelo brasileiro hoje é falho porque acaba transformando problemas cíclicos do processo agrícola, como os climáticos, em problemas de financiamento e renegociação de dívidas dos produtores.

"É uma falha do desenho do nosso sistema de política agrícola que precisa ser corrigida", disse o secretário. Appy afirmou que corrigir esse modelo para evitar que o governo tenha sempre que fazer programas de renegociação de dívidas agrícolas é o objetivo do conjunto de medidas estruturais que o governo está preparando, desde o ano passado, para o setor. Essas medidas serão um complemento do pacote emergencial anunciado hoje.

O foco dessas medidas estruturais, disse ele, é a redução de custos para o produtor, como a melhoria da logística e do seguro rural. "Quando houver um problema de quebra de safra, o seguro rural tem que ser um instrumento que consiga resolver o problema sem que tenhamos que falar em renegociação de dívidas e coisas assim", afirmou Appy.

O secretário ressaltou que é preciso atacar o problema dos ciclos de renda da agricultura, de baixa e alta. "Esse é um problema estrutural. Se conseguirmos economizar recursos nos melhores momentos utilizá-los na fase de baixo ciclo certamente haverá uma trajetória de renda e estabilidade do setor mais previsível", disse.

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