O suíço Roger Federer disse hoje, após conquistar seu terceiro Aberto da Austrália, que podem chamá-lo de gênio, e que Rafael Nadal é o jogador a ser vencido em Roland Garros, o único Grand Slam que ainda não venceu. "Acho que sou o melhor jogador de tênis do mundo, e podem me chamar de gênio porque me imponho sobre muitos de meus rivais, a cada um de forma diferente, ganhando inclusive sem jogar o melhor que sei. Tudo isso faz com que o seja (gênio) e é bom", disse Federer.
Sobre a partida de hoje, o suíço destacou que houve um processo de adaptação a seu rival. "Tive de me adaptar ao jogo de Fernando (González), que mudou e fez com que fosse mais difícil atacá-lo", disse o campeão. "Deveria ter ganhado o primeiro set, mas isso não teria sido um problema. Tentei dizer: ´Jogue seu jogo, ganhou nove vezes em nove partidas. Seja agressivo. Não dê pontos de graça´", continuou
Federer admitiu que os dois set points de González poderiam ser chave e que se o chileno os tivesse aproveitado, tudo teria mudado. "Poderia ter acontecido", disse. "Não sei se era o momento da mudança, mas acho que, se ele tivesse aberto uma grande vantagem e jogado mais solto depois, teria tido mais oportunidades".
"Eu talvez teria estado sob mais pressão. Mas o certo é que lidei bem com a situação, porque sabia que não eram match points apenas set points", continuou.
"Acabou funcionando bem, embora fosse uma partida difícil. Estou orgulhoso de ter conseguido outra vez. Minhas decisões sempre parecem corretas e por isso é tão difícil ganhar. Se eu não fosse eu, estaria impressionado de ver o mesmo ganhando sempre", admitiu o suíço, que reconheceu ter se inspirado no início de sua carreira em Boris Becker e Stefan Edberg.
Federer disse que sonha em completar o Grand Slam. "Agora estou perto de novo de ganhar os quatro consecutivos. Isto é o que está na minha mente agora, até que chegue o US Open. Roland Garros é desde já o próximo grande para mim. Será interessante ver como vou jogar lá desta vez. A cada ano dei um passo a mais, alcançando as semifinais e a final, aproximando-me de Rafael (Nadal)", disse.
"Espero que este ano tudo funcione, que jogue bem e ganhe o título. Seria um sonho tornado realidade. É a única forma de esta temporada ser melhor que a anterior", acrescentou.
"Duvido que eu me aposente agora, embora não se possa dizer isto com segurança. Mas digo que espero jogar pelo menos até os Jogos Olímpicos do 2012 em Wimbledon. Esse é meu objetivo, assim como os Grand Slams, para me aproximar cada vez mais de (Pete) Sampras", afirmou.
"Espero que, quando me aposentar, deixe o tênis de maneira melhor do que estava quando cheguei. Não digo que a situação seja ruim, mas é preciso melhorar as coisas sempre. Temos uma grande relação entre os 20 primeiros do mundo", concluiu.