O presidente da Bolívia, Evo Morales, criticou o escritor peruano Mario Vargas Llosa por este lhe ter chamado de "racista, vivo como uma raposa, esperto e enfadonho" num artigo publicado em janeiro. "Quero aproveitar esta oportunidade (para) expressar minha dor, meu protesto contra um escritor internacional, Vargas Llosa. Por pouco, ele não disse que sou um selvagem, retrógrado, populista, (que) ‘o que sabe os indígenas sobre a realidade econômica, social e política’", disse Morales.

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Embora a coluna de Varga Llosa tenha sido publicada há sete meses, originalmente no jornal argentino La Nación, Morales recordou o incidente apenas hoje, durante a inauguração da feira de livros de La Paz. Em seu artigo, Vargas Llosa afirmou que Morales, seu colega venezuelano Hugo Chávez, a quem o boliviano chama de "comandante", e o ex-candidato presidencial do Peru Ollanta Humala compartilhavam "um novo racismo", supostamente de "indígenas contra brancos".

"Expor o problema latino-americano em termos raciais, como fazem aqueles demagogos, é uma irresponsabilidade insensata", escreveu à época o escritor e ensaísta peruano.

No artigo que motivou a indignação de Morales, Vargas Llosa afirmou também que "Evo é o emblemático ‘criollo’ latino-americano, vivo como uma raposa, esperto e enfadonho, e com uma vasta experiência de manipulador de homens e mulheres, adquirida em sua longa trajetória de dirigente cocalero e membro da aristocracia sindical".

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