Após renúncia, presidente da Bolívia pede eleições já

Após pedir renúncia ao cargo de presidente da Bolívia, Carlos Mesa pede que ninguém assuma o cargo vago. Ele defende a realização de eleições nacionais imediatas. Mesa ainda ocupa a presidência, já que o Congresso só votará seu pedido de renúncia amanhã (019). Nesta terça-feira (07), Mesa fez um pronunciamento pedindo que, nem o presidente do Senado, Hormando Vaca Diez, nem o presidente da Câmara dos Deputados, Mario Cossío aceitem o cargo.

Segundo Mesa, caso alguém insista em assumir a presidência, haverá uma situação de "explosão do país". Para o presidente boliviano, a única saída para a crise da Bolívia é um processo eleitoral imediato, que complete todo o mecanismo de transformação. Mesa pede um referendo autônomo, sob a condução da Corte Suprema de Justiça. Mesa afirma também que não tem qualquer interesse nesse processo, mas que observa que o país está à beira de uma guerra civil.

Nesta quinta-feira, por decisão de Vaca Diez, o Congresso realizará uma sessão para avaliar ao pedido de renúncia de Mesa, anunciado na última segunda-feira. Diez acredita que se o presidente Mesa tivesse renunciado ao cargo de forma irrevogável, o tratamento desse tema no Congresso seria facilitado. Mesa, no entanto, rechaçou a posição de Vaca Diez e disse que "qualquer pessoa que tenha honestidade intelectual" sabe que a sua decisão de renunciar ao cargo é definitiva. "Não existe a palavra irrevogável porque está claramente estabelecido que é o Congresso que deve aceitar ou rejeitar a renúncia do presidente", disse Mesa.

O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, assumiu o cargo em 17 de outubro de 2003, após a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada. Ao assumir, Mesa anunciou que convocaria uma assembléia constituinte, eleições antecipadas, e um plebiscito sobre o projeto de exportação de gás natural para os Estados Unidos, um dos principais motivos da crise que o país enfrenta. Ao renunciar nessa segunda-feira, o presidente boliviano disse que país havia chegado a uma situação insustentável e explicou que não queria ser um obstáculo na busca de soluções para a situação dramática que o país vive. Segundo a Presidência da República da Bolívia, a decisão do presidente foi tomada depois de vários dias de convulsão social causada pelas mobilizações sociais que exigem a nacionalização dos hidrocarbonetos, a realização de uma assembléia constituinte e de um referendo autônomo.

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