Após prisão, Champinha vai para ala psiquiátrica

Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, 20 anos, foi transferido na quinta para uma Unidade de Saúde Experimental da Fundação Casa (antiga Febem), na Vila Maria, zona norte de São Paulo. Champinha é o primeiro e único interno do local – que apesar de inaugurado no final do ano passado, não estava em funcionamento e não tinha funcionários. Ele é acusado pelo seqüestro e morte do casal de namorados Felipe Caffé, de 19 anos e Liana Friedenbach, de 16, em 2003.

A decisão de encaminhá-lo para essa ?unidade fantasma? foi do juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, da Vara de Execuções da Infância. Sua determinação contrariou o pedido do governo, que era o de transferi-lo para a Casa de Custódia de Taubaté – lugar para presos adultos com problemas psiquiátricos. ?A opção por Taubaté seria ilegal e paliativa. O caso de Champinha não é uma exceção. Ele precisa de tratamento psiquiátrico em uma unidade com contenção física?, disse Trazíbulo.

Mesmo garantindo que entrará com um recurso contra a decisão do juiz, a Fundação Casa acatou sua determinação. Às 19h45, Champinha foi transferido para a nova unidade. Para cumprir a determinação, a fundação teve de remanejar um número não divulgado de funcionários para o local.

O secretário estadual da Justiça, Luiz Antônio Marrey, ainda acredita que o único lugar com condições adequadas para receber uma pessoa como Champinha é mesmo a Casa de Custódia de Taubaté. ?É o melhor lugar para, ao mesmo tempo, tratá-lo e garantir a segurança da sociedade.? Marrey argumentou que o Centro de Custódia de Taubaté já recebeu outra pessoa sujeita à mesma medida que Champinha: Francisco Costa Rocha, o Chico Picadinho. Por ser considerado perigoso, o bandido – que esquartejou várias mulheres entre 1966 e 1976 – continua preso até hoje, apesar de já ter cumprido a pena máxima de 30 anos, prevista no Código Penal Brasileiro.

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