Sob o impacto do fracasso da Cúpula África-América do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou ontem sua sexta viagem à África com críticas sutis a presidentes sul-americanos, à oposição e à imprensa, por não valorizarem a política brasileira de aproximação com o continente africano e o mundo árabe, assim como as pretensões de buscar mais espaço na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Se quisermos outra globalização, menos desigual e solidária, precisamos de parcerias estratégicas que unam os países em desenvolvimento", afirmou.

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Na cúpula, que reuniu cerca de 25 chefes de Estado de 66 países dos dois continentes, Lula argumentou que nações pobres não precisam de ‘intermediários’, reforçou a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU e reclamou de críticas de colegas a encontros desse tipo. "Sei que muitas vezes as pessoas dizem que a reunião não aprovou nada e não decidiu grandes coisas para resolver os problemas de cada país", afirmou. "Mas quem faz política sabe que só o fato de reunirmos aqui figuras importantes demonstra que o século 21 será muito melhor.

Faltaram à cúpula os presidentes da Argentina, Nestor Kirchner, do Chile, Michelle Bachelet, do Uruguai, Tabaré Vázquez, e da Venezuela, Hugo Chávez. Kirchner nunca escondeu a impaciência com tais eventos. Já Bachelet mantém a política externa do antecessor, Ricardo Lagos, de buscar maior aproximação com os Estados Unidos e países do Pacífico. Mesmo com a presença de menos da metade dos chefes de Estado da África, participaram do encontro presidentes influentes como o argelino, Abdelaziz Bouteflika, e o sul-africano, Thabo Mbeki.

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