Foto por: Christophe Simon
A Fifa teve de voltar atrás em sua rejeição formal de incorporar tecnologias de suporte à arbitragem, persuadida por dois erros graves que a obrigaram mandar de volta para casa dois juízes.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou em Johannesburgo que a entidade tratará do tema da tecnologia na arbitragem em uma reunião em julho, em Gales.
Rapidamente, pediu desculpas à Inglaterra e ao México pelos erros ocorridos no domingo nas partidas das oitavas de final.
“Pessoalmente, lamento quando são vistos erros evidentes dos árbitros, mas isso não é o fim da competição nem o fim do futebol, são coisas que podem ocorrer”, disse Blatter.
Erros fenomenais acometeram os árbitros uruguaio Jorge Larrionda e italiano Roberto Rosetti.
Larrionda deixou de validar um nítido gol da Inglaterra, marcado por Franck Lampard, na partida que os ingleses perderam para a Alemanha nas oitavas de final (4-1).
Outra decisão que causou polêmica foi a de Rosetti, que validou um gol de Carlitos Tevez apesar de o jogador estar em posição de impedimento, na partida em que a Argentina derrotou o México por 3-1.
Nas medidas punitivas aplicadas pela Fifa, não apareceram outros juízes cujas decisões foram muito criticadas, como a do francês Stéphane Lannoy, que não viu que o jogador brasileiro Luis Fabiano usou o braço para controlar a bola em um dos gols da seleção brasileira contra a Costa do Marfim (3-1).
Também não foi citado o malinês Koman Coulibaly, que anulou um gol aparentemente legal de Maurice Edu no jogo entre Estados Unidos e Eslovênia (2-2).
Todos estes erros motivaram nos últimos dias uma forte polêmica sobre a aplicação das novas tecnologias de suporte à arbitragem.
“Falei com as duas federações (inglesa e mexicana) diretamente envolvidas nestes erros. Transmiti a elas minhas desculpas e compreendo seu descontentamento e suas críticas”, completou Blatter.
Contudo, árbitros latino-americanos saíram nesta terça-feira em defesa de seus colegas ao afirmar que o nível dos juízes é excelente, frente a onda de críticas despertadas pelas decisões polêmicas.
“Os melhores árbitros do mundo estão na África do Sul. Há um bom nível de arbitragem na minha opinião”, disse o brasileiro Carlos Simon, em uma coletiva realizada nos arredores de Pretoria.
Já o árbitro colombiano Oscar Ruiz destacou que na Copa estão ocorrendo erros e acertos dos juízes, como sempre ocorre no futebol.
O mexicano Marco Rodríguez sustentou, por sua vez, lamentar quando um colega comete erros, mas disse que a arbitragem é “uma grande família, profissional e unida”.