Três dias depois de triunfar na Maratona de Nova York, uma das mais famosas e importantes do mundo, Marilson Gomes dos Santos chegou nesta quarta-feira (8) ao Brasil cansado após outra maratona, aquela que começou imediatamente depois de cruzar a linha de chegada: as entrevistas, passeios e sessões de fotos reservadas ao vencedor da prova.
Hoje, Marilson chegou ao Brasil por volta das 11 horas, e seguiu direto para mais uma entrevista coletiva, no Jardim Paulista (zona sul de São Paulo), reservada à imprensa brasileira. E admitiu que não vê a hora de descansar: "Minha maratona ainda não terminou".
Os planos imediatos de Marilson são folgar por pelo menos 20 dias e curtir a companhia da mulher, Juliana, também corredora, que ficou um bom tempo sem encontrar, já que passou 35 dias treinando em Campos do Jordão antes de ir para Nova York. A retomada dos treinos e a participação na São Silvestre serão definidas, segundo seu técnico, o ex-fundista Adauto Domingues, após uma avaliação médica. "Depois de uma prova desse nível de exigência, o atleta sempre volta com muitos traumas", explicou o técnico.
Marilson contou que sua prioridade é disputar a maratona nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, mas a preparação específica ficará para depois dos Jogos Pan-Americanos, em julho do ano que vem, no Rio. Lá, não disputará a clássica corrida de 42,195 km, mas tentará vencer as provas nas quais obteve medalhas em 2003: os 5 mil metros (bronze) e os 10 mil metros (prata).
"Ele ainda tem objetivos a cumprir nessas provas, e não seria justo tirar a vaga de alguém que pode ir bem na maratona", disse Adauto, que não pôde acompanhar seu pupilo em Nova York porque não conseguiu ser entrevistado pelo consulado dos Estados Unidos a tempo de obter o visto. Para Marilson, contudo, não foi tão problemático correr sem o treinador. "Estou acostumado a correr grandes provas, já participei das principais competições e nem sempre o técnico pode estar presente. O importante é não deixar que isso te atrapalhe", afirmou.