Após 32 anos, Japão autoriza importação de manga brasileira

Depois de 32 anos de negociação, o governo japonês autorizou hoje (5) oficialmente as importações de manga do Brasil. Foi publicado no diário oficial japonês decreto autorizando a importação da fruta brasileira. Os japoneses importarão manga da variedade “Tommy Atkins”. As vendas devem somar 5,2 mil toneladas por ano e gerar receita cambial de US$ 10,4 milhões, estimou o Ministério da Agricultura. A expectativa do governo brasileiro é de que os primeiros embarques ocorram nas próximas semanas.

Essa variedade de manga é produzida no Vale do São Francisco, no município de Livramento, na Bahia, e em regiões de São Paulo. No ano passado, a produção brasileira de manga foi de 820 mil toneladas, sendo que 90% é da variedade que será exportada para o Japão. Em 2003, as exportações de manga renderam US$ 71 milhões ao País, com embarques para os Estados Unidos e a União Européia.

Os carregamentos de manga da variedade “Tommy Atkins” destinados ao Japão deverão passar por tratamento hidrotérmico (lavagem com água quente) para evitar a presença de larvas e ovos da mosca do mediterrâneo, além do tratamento para matar bactérias, informou o Ministério da Agricultura. “As operações de tratamento e embarque deverão ser acompanhadas por um inspetor japonês, custeados pelos exportadores brasileiros”, informa nota técnica distribuída pelo Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura.

“A abertura sinaliza uma nova fase nas relações comerciais agrícolas entre Brasil e Japão”, disse o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, por meio de sua assessoria de imprensa. Ele lembrou que o primeiro-ministro Junichiro Koizumi havia comunicado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 16 de setembro, o interesse em abrir seu mercado para manga brasileira.

A assessoria de Rodrigues informou também que o ministro tratou pessoalmente dessa abertura com representantes do governo japonês em três viagens que fez ao país desde 2003 – a última delas no fim de maio deste ano. “Há 20 anos, quando ainda era dirigente cooperativista, já lutava por essa abertura no mercado japonês”, lembra Rodrigues. As mangas destinadas ao mercado japonês, ainda mais exigente que o norte-americano e o europeu, devem ser comercializadas a US$ 2 mil por tonelada.

Para o ministro, a abertura do mercado do Japão significará um substancial aumento na produção de manga no pólo de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco. “Esperamos que agora comece uma terceira fase nessas relações com a adoção dos biocombustíveis à base de etanol e biodiesel no Japão”, afirmou.

Rodrigues reafirmou que a imigração japonesa foi fundamental para a implantação e a expansão do agronegócio no Brasil. “Os japoneses trouxeram novas tecnologias de produção e introduziram fortes noções de associativismo e cooperativismo no Brasil. Além disso, os recursos do governo do Japão foram fundamentais para financiar a abertura de novas áreas agrícolas em nossos Cerrados”, afirma.

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