O presidente do PDT, Carlos Lupi, reconheceu que será "muito difícil" o partido apoiar Lula no segundo turno. A tendência dos trabalhistas é ficar com Geraldo Alckmin. "Eu digo que é quase impossível (o apoio a Lula) , pelos históricos contenciosos", afirmou. Mesmo assim, o diretório nacional reunido nesta quinta-feira (5) no Rio decidiu impor condições para apoiar qualquer dos dois candidatos. Traçou uma pauta de quatro itens com os quais terá que haver compromisso formal (assinado) e na presença da imprensa.
As chamadas "questões estratégicas e fundamentais" do partido, como definiu Lupi, começam pela educação em tempo integral no ensino fundamental em todo o País. O partido quer que o candidato assuma o compromisso e trace uma meta a ser atingida nos quatro anos de Governo. Como lembrou Cristovam Buarque, no caso do PDT a proposta era de, em 15 anos, adotar tal prática, trabalhando com a meta anual de mil cidades, nas quais todas as escolas passariam a funcionar em turno integral.
A segunda exigência é de não retirar nenhum direito legal que a classe trabalhadora tem hoje. Os pedetistas até concordam com a atualização da legislação, mas sem que implique em perda de direitos. Há ainda o compromisso em não privatizar mais nenhuma estatal, especialmente o Banco do Brasil, a Petrobrás e a Caixa Econômica e, por fim, uma política desenvolvimentista voltada em especial para pequenos e médios produtores e empresários.
Lupi já recebeu telefonemas do ministro Tarso Genro, em nome do presidente Lula, e do próprio Geraldo Alckmin. Agora, o partido, não irá procurar ninguém, vai aguardar o pronunciamento dos dois candidatos. Na semana que vem a executiva do PDT volta a se reunir caso algum candidato assuma estes compromissos. O que ela decidir será homologado no dia 16 por nova reunião do diretório nacional.
