A proposta em elaboração pelo governo de liberar os trabalhadores a aplicarem até 20% do seu saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para financiar obras de infra-estrutura divide as centrais sindicais. O anúncio da medida foi feito em julho, quando o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que a idéia do governo seria a de utilizar, inicialmente, cerca de R$ 5 bilhões dos recursos do chamado patrimônio líquido do FGTS, que hoje somam R$ 22 bilhões. Aos poucos, segundo o ministro, os fundos de investimento em infra-estrutura poderiam receber até R$ 15 bilhões.

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A Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) vê com ressalvas essa opção de investimento. "Temos que ver o rendimento, o retorno e o prazo da aplicação", explica o presidente da CGT, Salim Reis. Segundo ele, o governo não pode esperar pelo dinheiro do trabalhador para investir em obras de infra-estrutura. "Não é o trabalhador que deve financiar as melhorias em infra-estrutura, mas sim o governo através da arrecadação de outros impostos", argumenta.

Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, a medida é interessante, já que o saldo do FGTS é um "dinheiro barato", com baixa taxa de juros. Ressalva, no entanto que o governo deveria criar mecanismos que garantissem aos investidores cobertura a eventuais riscos. "Se for garantido que o trabalhador não sofra prejuízos, vale a pena ele se tornar sócio minoritário." Ele apóia, inclusive, que 50% do saldo das contas do FGTS fossem destinados à compra de ações.

Já o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva, disse que precisa analisar melhor a proposta. Segundo ele, a decisão da aplicação ou não no fundo é individual. "Assessoraremos os trabalhadores sobre o retorno do investimento neste fundo do governo, porém a decisão será pessoal", salientou.

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