Um falso bispo quase conseguiu chegar lá. Vestindo a batina preta com faixa violeta própria desses hierarcas da Igreja, o homem infiltrou-se na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá-SP. Queria tirar fotos do papa, mas acabou descoberto, detido e retirado do local. Em toda a visita de Bento XVI, uma única vez alguém conseguiu se aproximar do papa sem que tivesse sido convidado. Foi a repórter do jornal O Estado de S. Paulo Simone Menocchi, que burlou o esquema de segurança na hora em que o helicóptero que transportava o papa pousou no santuário de Aparecida, na sexta-feira.
Simone aproximou-se e apertou a mão do pontífice apesar do esquema montado pela Polícia Federal com credenciais restringindo o acesso até mesmo de religiosos, como o padre Marcelo Rossi. Ele foi barrado na missa do Campo de Marte porque portava uma credencial errada, mas acabou liberado para cantar.
Além dos 400 policiais federais que cuidavam da segurança pessoal do papa, acompanhados de cerca de uma dúzia de integrantes da Guarda Suíça, o esquema de segurança do papa contava com 20 mil policiais militares e 5,2 mil homens do Exército. Blindados, 24 aviões e helicópteros, tropas antiterror e destacamentos de contaminação química, biológica e nuclear protegiam o papa desde a sua chegada ao Brasil. Assim, Bento XVI só era visto atrás de vidros blindados.