A torcida do Palmeiras pode ficar tranqüila: Marcos não pensa em encerrar a carreira. O goleiro, que tem contrato até 2009, está abatido e chateado com mais uma contusão, a fratura no antebraço esquerdo sofrida ontem, contra o Juventus, a 13.ª lesão em 15 anos de clube. Mas não passa pela sua cabeça a idéia de abandonar os campos. Desde que ajudou o Brasil a conquistar o pentacampeonato mundial em 2002, na Coréia do Sul e no Japão, Marcos convive com o fantasma das contusões, que constantemente o deixam longe dos gramados. A sofrida contra o Juventus, ontem, o afastará por, no mínimo, dois meses.
Dos 305 jogos que o Palmeiras fez desde aquela Copa do Mundo, o goleiro ficou fora de 152. Por muitas vezes, pensou em desistir do futebol. Mas contou com o apoio de familiares, amigos e colegas de Palmeiras. O mesmo apoio que ele receberá agora.
"Ele está muito pessimista. Acha que qualquer coisa que aconteça será para sempre. Torço para que ele fique bom o quanto antes para estar com a gente. É uma pessoa fantástica", diz o atacante Edmundo. O técnico Caio Júnior convocou a torcida a apoiar o goleiro. E parece ter dado resultado. No site oficial do clube há várias mensagens de incentivo a Marcos. E um grupo de crianças da LBV fará alguns cartazes para dar mais ânimo ao goleiro do Palmeiras.
Marcos ficará engessado por seis semanas. Nesse período, realizará algumas atividades. "Ele poderá pedalar, se condicionar", indica o médico Rubens Sampaio, que confirmou que, inicialmente, o jogador não precisará de cirurgia. Após esse período, ele inicia o trabalho de fisioterapia para, depois, retomar os trabalhos com os demais jogadores. "Ele está muito triste. Vamos dar tempo ao tempo que ele vai se recuperar", afirma Sampaio.
As seguidas contusões impediram o atleta de ir para a Copa do Mundo da Alemanha, no ano passado. Uma lesão muscular na coxa direita o deixou fora por cinco meses, acabando com o sonho de jogar o segundo Mundial. Logo em seguida, em julho do ano passado, contra o Corinthians, sofreu luxação no ombro direito e ficou de fora por cerca de três meses. Voltou, estava mal, e perdeu a posição para Diego Cavalieri.
Neste ano, quando tudo parecia caminhar bem, uma cabeçada sem intenção do zagueiro Reginaldo, do Juventus, dá mais um capítulo ao calvário vivido pelo jogador. "Vamos dar muita alegria a ele" garante Caio Júnior. A preocupação dos companheiros é que Marcos não entre em depressão. "Todos sentimos por ele, mas vamos dar todo apoio ao Marcão. Vai ter a força da família e do torcedor.