A imagem da Caixa Econômica Federal (CEF) perante os grandes investidores ficou bastante arranhada com o episódio da violação e vazamento do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, mas não prejudicou os investimentos. De acordo com uma fonte da instituição, os funcionários de alto escalão foram bastante questionados por investidores institucionais, como os fundos de pensão e as seguradoras.
"Criou um certo desconforto", admitiu a fonte. Felizmente, segundo o técnico, a situação de constrangimento não evoluiu para uma perda de captação de recursos. A área responsável pelos grandes investidores garante que a instituição conseguiu captar até mais no meio do tiroteio político. "Desde janeiro que a captação está, mês a mês, cerca de duas vezes e meia superior à verificada no mesmo período do ano passado", disse a fonte, referindo-se aos fundos de investimento geridos pela instituição
A CEF afirma que o mesmo comportamento se repetiu na caderneta de poupança. "Na poupança a Caixa é uma instituição de tradição e um episódio isolado não bastaria para abalar a confiança dos poupadores", argumentou a fonte. A CEF se viu no meio de um turbilhão desde a notícia do vazamento do extrato da conta de poupança do caseiro Francenildo Santos Costa há duas semanas.
De início, a instituição tentou fingir que não tinha nada a ver com o assunto. Uma comissão de sindicância foi instalada na segunda-feira, dia 20, com a missão de apurar responsabilidade de funcionários na quebra do sigilo do bancário. A situação só ficou clara na última segunda-feira, depois que o então presidente da instituição, Jorge Mattoso, prestou depoimento na Polícia Federal.
Mattoso disse à polícia que ele próprio levou o extrato do caseiro ao ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. No mesmo dia da queda de Palocci caiu também o presidente da Caixa, já substituído pela funcionária de carreira Maria Fernanda Ramos Coelho.