O dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou acreditar na vitória da reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silvas nas eleições deste ano, mesmo com o atual cenário de sucessão de escândalos. "No dia 1º de outubro, o povo vai votar no Lula, e o Lula vai ganhar as eleições", afirmou à Agência Estado, durante o Fórum Nacional da Ação da Cidadania, que se encerrou nesta sexta-feira (22) no Rio de Janeiro.

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Durante o evento, Stédile fez uma avaliação crítica sobre o cenário atual do País, nas áreas de emprego, saúde e distribuição de renda. No caso desse último tópico, Stédile foi taxativo: "Falar que se aumentou a distribuição de renda é malandragem estatística". Ele explicou que, por meio de programas assistenciais, a população pobre do País teve melhorias nos acessos aos serviços públicos básicos, o que conduziu a um aprimoramento nas condições de vida da população com menor poder aquisitivo, e com isso as condições de vida dos pobres "estão mais parecidas" umas com as outras. Porém, ele comentou que, se houve melhorias de condições entre os pobres, quando a renda destes é comparada com o resto da sociedade, a diferença ainda é grande.

Em sua palestra durante o evento, para uma platéia composta por integrantes de ONGs relacionadas ao movimento Ação da Cidadania, Stédile também criticou a falta de emprego, principalmente entre os jovens; a atuação dos bancos e também problemas na área de educação. Quando questionado como sua postura em relação a esses assuntos combinaria com a sua crença na vitória de Lula nas próximas eleições, visto que o atual cenário é gerido pelo presidente petista, Stédile afirmou que "são duas coisas diferentes".

"Ao mesmo tempo (em que o povo vai eleger Lula), o povo vai eleger uma maioria de governadores conservadora, e uma maioria dos deputados conservadora: ou seja, vai se ter um resultado eleitoral ambivalente", disse, para em seguida acrescentar: "não vai ser um voto nem de projeto, nem ideológico. Vai ser uma confusão", disse, para em seguida observar que a campanha eleitoral atual "não foi politizada, e foi uma pasmaceira em que o povo não está interessado".

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Mas ele fez uma ressalva: "Se o Lula continuar no segundo mandato praticando a mesma política (do primeiro mandato), só vai agravar os problemas do povo", disse, considerando que a política de Lula na primeira gestão foi "neoliberal". Stédile reafirmou ainda que votará em Lula para presidente, em outubro.