Brasília ? As contas do governo central, estados, municípios e empresas estatais fecharam outubro com o melhor saldo para o mês, desde o início da série histórica em 1991. De acordo com relatório do Banco Central sobre Política Fiscal, o superávit primário (a economia que o país faz para pagar os juros da dívida) somou R$ 8,553 bilhões no mês, dos quais R$ 6,322 bilhões do governo central, R$ 1,711 bilhão dos governos regionais e R$ 520 milhões das estatais.
Os números foram divulgados hoje (28) pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Segundo ele, no acumulado do ano o superávit chega a R$ 95,055 bilhões, o que equivale a 5,97% do Produto Interno Bruto (PIB) ? soma de todas as riquezas produzidas no país, de janeiro a outubro, estimadas em R$ 1,591 trilhão. O governo federal economizou R$ 59,786 bilhões (3,76% do PIB), governos regionais R$ 20,761 bilhões (1,30% do PIB) e estatais R$ 14,508 bilhões (0,91% do PIB).
Apesar do esforço governamental contra a "gastança" oficial, o superávit primário acumulado até agora é insuficiente para cobrir as despesas com os encargos financeiros, que somaram R$ 13,342 bilhões no mês passado e chegam a R$ 133,491 bilhões (8,39% do PIB) no acumulado do ano. Com isso, as necessidades de financiamento do setor público apontaram déficit de R$ 4,789 bilhões no mês – menor que o saldo negativo de R$ 6,890 bilhões em setembro – e no ano o déficit sobe para R$ 38,436 bilhões.
Segundo Altamir Lopes, as necessidades de financiamento do setor público acumulam déficit de 3% do PIB nos últimos 12 meses, em razão do aumento de R$ 17,5 bilhões na dívida mobiliária (em títulos) do mês passado, que foi compensada, parcialmente, pelas retrações na dívida externa (R$ 11,9 bilhões), na dívida bancária (R$ 548 milhões) e nas demais fontes de financiamento interno (R$ 184 milhões).