O relatório parcial das atividades da CPI do Apagão Aéreo instalada no Senado, cujo relator é o senador Demóstenes Torres (DEM-BA), já havia posto o dedo na ferida. Mais grave que a balbúrdia causada pelos controladores de vôo nos aeroportos mais movimentados do País, é a inadequação da infra-estrutura aeroportuária.
Nesse aspecto, o relatório desnudou a situação do Aeroporto de Congonhas, principal centro distribuidor de rotas aéreas para o território nacional, apontado como o exemplo mais assustador de saturação dentre todos os aeroportos comerciais do País.
Mesmo com o descarte imediato de quaisquer implicâncias da pista reconstruída e recém-liberada para pousos e decolagens, no acidente com o Airbus da TAM – a Polícia Federal foi incumbida de investigar a questão – desde maio a CPI estava informada dos sérios problemas detectados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), na infra-estrutura de Congonhas.
Disparidades em relação às normas nacionais e internacionais de segurança operacional, especialmente citadas em função da densidade da ocupação urbana do entorno, congestionamento de aeronaves nos horários de pico e a demora para a recuperação da pista principal, são alguns dos itens que tornam culposa a passividade oficial diante desse autêntico barril de pólvora.
A capacidade reconhecida de Congonhas é de 12 milhões de passageiros/ano, muito embora o patamar esteja superado desde 2005, quando o movimento passou de 17 milhões. Nem apertar os cintos resolve…
