A Secretaria da Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, está promovendo nesta segunda-feira (03) e terça-feira (04) o ?Encontro para Implementação Política do Uso Racional de Medicamentos no Paraná?. O evento divide-se em duas etapas: no primeiro dia ocorre o ?Seminário sobre o Uso Racional de Medicamentos? e no segundo o ?I Encontro Paranaense dos Hospitais da Rede Sentinela?.
O uso racional acontece quando o paciente recebe o medicamento apropriado à sua necessidade clínica, na dose e posologia corretas, por um período de tempo adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. Dados da Organização Mundial de Saúde informam que 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou usados inadequadamente e que somente 50% dos pacientes, em média, tomam corretamente seus medicamentos.
Ainda segundo a Organização, o mau uso de medicamentos é um problema de Saúde Pública prevalecente em todo o mundo, do total de pacientes que dão entrada em prontos-socorros com intoxicação, 40% são vítimas de medicamentos. De acordo com o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, o uso racional de medicamentos é um componente importante de uma política nacional de medicamentos.
Em 2005, o Estado distribuiu, por meio do Consórcio Paraná Saúde, 320 milhões de medicamentos básicos para atender 382 municípios, no valor total de mais de R$ 10 milhões com recursos próprios. Os recursos do Tesouro para aplicação no consórcio cresceram 66,7% em 2005 em relação ao ano anterior.
O diretor da Central de Medicamentos do Paraná (Cemepar), Luiz Fernando Ribas, explica que a Central investe ao ano R$ 93 milhões em medicamentos excepcionais. Em dezembro de 2004 eram 22 mil pacientes e atualmente somam-se cerca de 36 mil cadastrados no programa de medicamentos excepcionais. Ele ainda ressaltou que o preço dos medicamentos está ligado ao seu uso racional e neste sentido o Estado vem ampliando o uso do pregão eletrônico (modalidade de licitação via Internet), o que possibilita descontos para as contas do tesouro estadual. ?Com o pregão os descontos chegam até 76,39% e a média entre os valores mais altos na compra dos medicamentos é de 55%?, completou.
Evento
O encontro desta semana é uma continuidade do ?Encontro para Implantação Piloto das Unidades Notificadoras de Farmacovigilância na Assistência Farmacêutica do SUS no Paraná?, realizado em outubro do ano passado. A coordenadora do evento, Marli Madalena Perozin, explicou que na ocasião verificou-se a necessidade de incrementar as ações de farmacovigilância, envolvendo as instituições hospitalares do Estado que participam do Projeto Hospitais Sentinela da Anvisa, e de divulgar aos profissionais da farmacovigilância todos os fatores que determinam o Uso Racional de Medicamentos.
?É uma discussão muito abrangente da qual fazem parte vários setores que atuam no ciclo do medicamento: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição, prescrição, dispensação e o seu uso?, endossou a diretora da Vigilância Sanitária do Estado, Suley Vidigal.
Cultura
A representante da Anvisa, Clarice Petramale, frisou a importância do desafio e a necessidade de envolvimento das vigilâncias sanitárias. ?Não somos apenas agentes fiscalizadores, mas também temos que ter o controle e promover o uso racional dos medicamentos?, disse. O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, Denis Bertolini, demonstrou alegria em participar de um evento como este e afirmou que o Paraná está preparado para o uso racional dos medicamentos. ?Atualmente, 95% dos estabelecimentos têm farmacêuticos durante o horário integral de funcionamento das farmácias?, disse.
Já o representante do Ministério Público, Marco Antônio Teixeira, lembrou que este é um momento de transição em que as pessoas buscam aliviar doenças da mesma forma como buscam a felicidade. Ao alertar sobre a importância de se incentivar esse tipo de política, o presidente do Conselho Nacional dos secretários Municipais de Saúde, Silvio Fernandez, lembrou que algumas questões culturais estimulam o consumo de medicamento. ?Existe uma cultura de que todos os padecimentos humanos podem ser tratados assim?, concluiu.