No último ano, mais de 200 pessoas participaram de almoços, jantares e brunches em um apartamento do Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Os proprietários, um jovem casal, têm especial gosto por receber. Por isso, a reforma que promoveram no imóvel teve como objetivo criar espaços para que os convidados pudessem ficar ainda mais à vontade.
A varanda de 18 metros quadrados foi o trunfo que o arquiteto Gustavo Dastre usou para ampliar as dependências sociais. Antes aberta e pouco usada, foi fechada com esquadrias de alumínio e vidros (da Espaço Aberto) e transformada em um prolongamento do living – característica reforçada pelo piso de granito, idêntico nos dois espaços. O clima é de jardim, com móveis de materiais naturais e estrutura para servir refeições ?ao ar livre?: churrasqueira, pia e bancada.
Na entrada principal, a porta antiga com laterais de vidro foi substituída por outra pivotante, de madeira (da Victoria Door, de 1,20 m x 2,10 m). No cômodo central do apartamento estão distribuídos home theater, sala de jantar e bar. Diante da TV de 42 polegadas, um sofá de três lugares reclináveis com suportes para copos e garrafas (compradas na Plenitude Design) é a acomodação preferida dos moradores. Outra opção de lazer é o bar ao lado, com balcão e bancos de plástico (modelo Bombo, com base de aço, da By Design). A área de jantar é delimitada visualmente por um painel de madeira quadriculado branco, na parede do fundo, e pelo quadro do artista plástico Kenzo, na lateral.
Os móveis privilegiam nuances neutras, especialmente preto, branco, cinza e tabaco, mas a decoradora Ana Mitzakoff criou contrastes com vermelho e laranja para alegrar o ambiente. São tons que aparecem em detalhes como o forro das poltronas giratórias, as almofadas (de seda, criadas por Simone Rocha) e os objetos de cristal adquiridos em viagem.
?Um dos objetivos desta reforma era obter claridade?, destaca Dastre. Com revestimentos escuros, os dormitórios e banheiros pareciam menores. Como o apartamento recebe, desse lado, pouca luz natural, a solução foi clarear os acabamentos. Apenas no assoalho o padrão mogno foi mantido.
No corredor, um vão (em ângulo) da arquitetura do prédio serviu para instalar o roupeiro. Todos os armários receberam revestimentos de MDF branco. Na suíte do casal, o piso de granito do banheiro foi trocado por porcelanato branco e a banheira, que era amarelada, ficou branca após pintura específica. Mais uma vez foram usados detalhes em laranja, como nas almofadas e na colcha dupla face, também criadas por Simone Rocha.
O banheiro social ganhou novos acabamentos de porcelanato, mas aqui a aposta foi no contraste. Uma faixa de porcelanato filetado preto, da Portobello, combina com a bancada de granito da mesma cor, enquanto faz contraponto aos armários brancos – e ao piso, idem. O quarto ao lado, destinado aos hóspedes, aproveita idêntica composição de cores. As almofadas alternam preto e branco, assim como a fotografia de Nova York, que enfeita a parede. A suíte – melhor, o quarto do futuro bebê – ganhou acabamentos suaves, em tons de verde.
Um dos quatro dormitórios era perfeito para acomodar o escritório. Aberto para a varanda contígua ao living, com bom suprimento de luz e vista para a paisagem, só precisava de retoques, caso da mesa de trabalho e do jogo de prateleiras. A luminária de alumínio (modelo T5, do Laboratório da Luz) hoje serve tanto para o momento de trabalho como o de contemplação: um jogo de calhas direciona o facho de luz para deixar o ambiente claro ou na penumbra. (AE)
