Aparecido vai negar que Erenice pediu dossiê

O ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires vai sustentar, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões, marcado para esat terça-feira (20), que foi o responsável pelo envio dos dados com informações de gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a André Fernandes. No entanto, em conversa com amigos, Aparecido negou que tenha recebido pedido da secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, para a elaboração de um dossiê.

A mesma negativa, que tenha recebido o pedido da principal auxiliar da ministra Dilma Rousseff, foi feita à Polícia Federal na sexta-feira passada (16). O documento que contém o depoimento será aberto na CPI amanhã, em reunião fechada. Aparecido contou à PF que enviou por distração o arquivo contendo os gastos de FHC ao assessor do senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Além de negar o envolvimento de Erenice no episódio, Aparecido dirá que não existe qualquer acordo para livrar a secretária-executiva ou a própria ministra em troca de uma punição administrativa branda, e assim manter o seu emprego no Tribunal de Contas da União (TCU), de onde foi cedido à Casa Civil.

Aparecido precisará explicar à CPI, no entanto, quem selecionou o tipo de gasto que foi incluído na planilha. No relatório que chegou à imprensa constam gastos que poderiam causar constrangimentos ao ex-presidente e não, necessariamente, todas as despesas feitas com o cartão. Na sexta-feira, ele foi indiciado pela PF por violação de sigilo funcional, com base no Artigo 325, Parágrafo 2º do Código Penal.

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