A interventora na Apae de Curitiba, Maria Lúcia de Almeida Furquim, pediu ontem direito de reposta à reportagem publicada anteontem pelo jornal O Estado do Paraná. A Apae desmente denúncia de ex-dirigente contendo denúncia de Arno Glitz contra o senador eleito Flávio Arns, já encaminhada ao Ministério Público Federal.
Abaixo, a íntegra da nota enviada pela interventora a O Estado:
“Com nenhuma surpresa, mas muita indignação, li a matéria publicada em O Estado do Paraná, edição de 19 do corrente, dando conta da denúncia oferecida por Arno Glitz contra o senador eleito Flávio Arns e encaminhada ao Ministério Público Federal.
A ausência da surpresa decorre do fato de que o denunciante, há dois anos e seis meses, isto é, desde que foi decretada a intervenção na Apae de Curitiba, e o afastamento da Diretoria encabeçada pelo denunciante, passou a mover uma campanha insidiosa e caluniadora contra a Junta Interventora que assumiu a entidade e o senador eleito Flávio Arns. A indignação decorre das denúncias infundadas e levianas, que têm como único escopo denegrir a imagem de pessoas que, há muitos anos, trabalham incansavelmente pela garantia dos direitos da pessoa portadora de deficiência.
Como presidente da Junta Interventora que administra a Apae de Curitiba, escolhida que fui pela formação profissional professora especializada na área da Educação Especial e a vasta experiência adquirida nos anos de trabalho no Departamento de Educação Especial e na Federação das Apaes do Estado do Paraná, posso dizer, sem falsa modéstia, que estamos realizando um bom trabalho. As finanças estão sendo saneadas, o quadro de funcionários foi reduzido às reais necessidades da entidade e a área pedagógica evoluiu mercê de toda a atenção e cuidados que lhe foi dedicada. Alguns de nossos alunos estão incluídos no mercado de trabalho, outros tantos já prestaram exames no CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Paulo Leminski – e, em cumprimento à legislação vigente, aqueles que têm condições, encaminhados ao ensino regular, dentro do processo de inclusão, a par de outros avanços que omito para não me alongar em demasia.
Durante o período eleitoral, usando as prerrogativas e liberdades concedidas pelo sistema democrático em que vivemos, e a nossa condição de entidade filantrópica privada, foi encaminhada circular aos pais, noticiando nomes de políticos insofismavelmente comprometidos com a causa do portador de deficiência e, cuja eleição, nos asseguraria a continuidade do apoio que vimos recebendo e que, para nós, é indispensável. Nas referidas circulares, falamos do trabalho desenvolvido por Flávio Arns e Hermas Brandão. O primeiro, como patrono das APAEs na Câmara Federal, teve sua atuação parlamentar mais uma vez reconhecida pelo eleitor paranaense, onde se inclui o segmento apaeano, com a sua eleição ao Senado da República, com quase dois milhões de votos. Na verdade, premiou-se a competência, a honradez, a decência e a dignidade. Ficou patente que o povo reconheceu uma nova forma de fazer política. Uma política ética, calcada em idéias e ideais, transparência, convicção e trabalho de voluntários, e que, por ser independente, não o torna refém do poder econômico. O mesmo se deu com relação ao deputado Hermas Brandão, que tem sido um grande amigo e aliado de nossa Apae permanentemente carente da assistência pública e privada.
Vale lembrar que também foi enviada circular pedindo votos para o governador eleito Roberto Requião, político sensível à causa do portador de deficiência, cujo compromisso e preocupação com a área vem desde os tempos em que ocupou a Prefeitura de nossa capital, com a implantação do Sites – Sistema Integrado de Transporte da Educação Especial -, a construção do terminal especial para os ônibus e a sinalização em Braille nos postes para orientar os portadores de deficiência visual.
Assim agindo, nada mais fizemos do que agradecer os auxílios primordiais que vimos recebendo. Quanto à acusação de que ?o material foi xerocopiado dentro da entidade, em papel pago por ela?, trata-se de mais um desvario do denunciante e, isso, jamais poderá ser provado em qualquer instância ou circunstância. Sequer o tempo dispendido na elaboração das circulares foi tomado da Apae, pois a redação foi feita por mim, em minha casa, usando meu espaço de tempo particular.
Se hoje escrevo a esse conceituado jornal é por respeito à comunidade curitibana, que sempre tem se mostrado sensível aos nossos apelos e empresta uma valiosa e imprescindível colaboração para a continuidade e qualidade de nossos trabalhos. Vale acrescentar que as prestações de contas são feitas regularmente, as públicas ao Tribunal de Contas do Estado e o conjunto das mesmas à Procuradoria da República, em relatórios trimestrais.
A Apae de Curitiba vai muito bem, obrigada. As dificuldades financeiras que enfrentamos e não são poucas decorrem da herança deixada pela Diretoria afastada, da qual o denunciante era parte. A entidade vai tão bem que a filha de Arno Glitz é, há dez anos, moradora de uma de nossas casas-lares (e muito bem atendida) – embora tenha família residente em nossa capital – ocupando uma vaga que, conforme estabelece o Estatuto que rege o funcionamento das Casas-lares, é destinada a portadores de deficiência, órfãos e/ou abandonados pela família.
Maria Lúcia de Almeida Furquim
Interventora da Apae de Curitiba”