Ao vencedor, o panetone

Afinal, um brasileiro feliz e bem-sucedido! Homem bafejado pelos bons augúrios, hábil na negociação e credor da piedade de seus pares. Trata-se do deputado federal José Janene (PP-PR), definitivamente livre da ameaça da cassação do mandato. No apagar das velas da atual legislatura, quando começam a se acender os círios natalinos, Janene foi indultado.

Pode convidar sua roda social para a lauta ceia dos vencedores.

O baixo comparecimento de deputados, apenas 366 dos 513 componentes da Câmara estavam no plenário – o apagão aéreo teve alguma influência? – tornou a coisa menos complicada: 210 votaram a favor do relatório pedindo a cassação e 128 contra. São necessários 257 votos para aprovar a     medida, e para quem demonstrou fôlego de sete gatos durante dois anos, numa catadupa de recursos regimentais, algumas semanas privado da imunidade parlamentar adiantariam quase nada.

Janene foi um dos acusados de pinçar dinheiro do valerioduto (R$ 4,1 milhões), segundo apontou o deputado Roberto Jefferson. Este sim foi cassado, assim como José Dirceu e Pedro Corrêa. Outros 11 acusados foram absolvidos em plenário antes de Janene e quatro renunciaram. Dois foram reeleitos: Valdemar da Costa Neto (SP) e Paulo Rocha (PA). Tudo acabou em panetone!

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