A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou para segunda-feira (30) a campanha informativa sobre a gripe aviária, prevista, inicialmente, para começar hoje (28), nos aeroportos internacionais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Essa campanha é voltada aos passageiros que embarcam para os países onde já ocorreram casos da doença ou a regiões de fronteira com essas nações.
Por meio de cartazes, folhetos e marcadores de livros, a população será orientada sobre os cuidados para não pegar a doença. "Lavar bem as mãos, evitar contato com aves vivas e apenas comer produtos e subprodutos de aves e suínos se estes estiverem bem cozidos" são algumas das recomendações a serem dadas, antecipou o gerente geral de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegários, Paulo Ricardo Nunes.
As publicações serão espalhadas nos saguões desses terminais aéreos e também, segundo Nunes, colocadas nos suportes que ficam à frente dos assentos nos aviões. O alerta faz parte do Plano Nacional de Contingência do Ministério da Saúde para reforçar a barreira contra a entrada no País do vírus H5N1, transmissor da gripe aviária. "É uma forma de proteger a saúde da população", disse Nunes.
Até agora, a gripe aviária (doença infecciosa aguda, transmitida por um dos subtipos mais agressivos do vírus influenza, o H5N1) já causou a morte de 83 pessoas de um total de 152 infectadas. A incidência tem sido maior na Ásia. Por enquanto não houve nenhum registro de transmissão entre pessoas, apenas de ave (frango) para outra do mesmo gênero e de dessas aves para humanos.
Em seis nações, ocorreram casos de pessoas que contraíram a doença das aves: Camboja, China, Indonésia, Turquia, Tailândia e Vietnam. Em outros 11 países, o vírus só atacou as aves: Rússia, Romênia, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Japão, Malásia, Hong Kong, Mongólia, Laos, Cazaquistão e Ucrânia.
De acordo com Nunes, outro trabalho voltado para o controle sanitário é adoção da Declaração Única do Viajante, documento em estudo interministerial, que pode entrar em vigor dentro de 90 dias. A idéia é tornar obrigatório a todo passageiro estrangeiro ou brasileiro, que desembarcar vindo de áreas afetadas, o preenchimento de dados pessoais e as indicações de escalas realizadas e do número do assento ocupado. Isso para facilitar o rápido contato se houver algum caso suspeito.
O assunto deve ser discutido na terça-feira (31) por técnicos da Anvisa, do ministério da Agricultura e da Embratur.