O ex-ministro Antonio Palocci prepara sua volta à política. Pretende disputar vaga na Câmara e, para isso, conta com a ajuda de antigos aliados de Ribeirão Preto. O PT local fez prévia para indicar candidatos a deputado, e Palocci foi escolhido por 316 dos 529 votantes. Em quarentena depois de deixar a Fazenda, em 27 de março, Palocci deixou de lado as manifestações públicas sobre economia e política e, na primeira entrevista que deu fora do cargo, anteontem, falou de gripe aviária
"Ele será eleito", aposta o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). "O PT vai se empenhar para limpar o nome dele." O ex-ministro permanece semi-escondido atrás dos muros do Condomínio Forest Lake, no Lago Sul, para onde se mudou no início de abril. Não pretende voltar a morar na cidade da qual foi prefeito por duas vezes, embora vá fazer sua campanha como candidato da região. Na capital do País, seu interlocutor mais freqüente é o senador Tião Vianna (PT-AC). Palocci é um poço de mágoas
Até o fim do mês que vem ele terá a garantia do salário de R$ 8 4 mil, pois ainda se encontra de quarentena. Não pode falar nem de política nem de economia. Como é médico sanitarista, tem feito palestras sobre o assunto, uma forma de reforçar o caixa da família
A casa de Palocci tem aluguel de pelo menos R$ 2 mil por mês, sem o condomínio. O aluguel de um imóvel no mesmo condomínio foi anunciado por R$ 10 mil. Mas a mansão é muito mais luxuosa. Tem salão para quatro ambiente e quatro suítes
Quem descreve a casa de Palocci é seu advogado, José Roberto Batocchio. "É uma casa modesta, de três quartos, sem suíte." Diante da curiosidade sobre como Palocci paga o aluguel, Batocchio se irrita com o repórter: "E você, como paga o seu? Você declara tudo o que recebe ou também sonega Imposto de Renda?" Batocchio deixa no ar que Palocci pode nem pagar aluguel. "Nem sei se a casa é emprestada", diz