As contas do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registraram em setembro um superávit primário de R$ 459,1 milhões. O superávit primário não leva em conta o pagamento de juros. No mês de agosto, o superávit das contas do governo central havia sido bem superior, de R$ 6,365 bilhões. Em setembro do ano passado, o resultado foi um saldo positivo de R$ 2,786 bilhões.
Nas contas de setembro deste ano, o Tesouro Nacional contribuiu com R$ 9,064 bilhões, enquanto a Previdência Social apresentou déficit de R$ 8,566 bilhões. O Banco Central teve déficit de R$ 39,1 milhões em setembro.
O fraco desempenho nas contas em setembro foi determinado pela antecipação de 50% do 13º salário pago a aposentados e pensionistas, que fez crescer fortemente o déficit da Previdência no mês passado. Em 2005, o 13º salário dos aposentados foi pago integralmente no mês de dezembro.
Despesas
As despesas do governo central cresceram 16% nos primeiros nove meses do ano se comparadas a igual período do ano passado. Elas totalizaram R$ 280,18 bilhões de janeiro a setembro, ante R$ 241 489 bilhões no acumulado de 2005.
As despesas que mais crescem em 2006 são as com benefícios, que avançam a uma taxa de 19,8%. As despesas com pessoal em 2006 estão crescendo 12,1%, praticamente estável em relação aos 12% de aumento nos nove primeiros meses de 2005.
Meta
O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, classificou de "bom" o resultado do superávit primário de R$ 459,1 milhões das contas do governo central em setembro. Segundo ele, o resultado foi influenciado pela antecipação da primeira parcela do 13º salário concedida a aposentados e pensionistas da Previdência Social, no valor total de R$ 5,8 bilhões.
O secretário apresentou contas que mostram que, se não tivesse havido a antecipação, a meta de superávit primário do governo central para o ano de R$ 50 bilhões (2,40% do PIB) já teria sido atingida. Pelos cálculos do secretário, o superávit acumulado no ano até setembro, se não tivesse ocorrido a antecipação, somaria R$ 54 bilhões, o equivalente a 3,54% do PIB – porcentual, ressaltou ele, até mesmo superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o superávit primário correspondia até setembro de 2005 a 3,51% do PIB.
"O resultado de setembro deste ano é pontual e sequer indica uma tendência de piora das contas." Ele destacou que se trata de um deslocamento temporal das despesas.