ANS estimula operadoras de saúde a abrir o capital

Com o objetivo de estimular as operadoras de saúde a abrir o capital, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou hoje o primeiro Anuário dos Aspectos Econômicos Financeiros das Operadoras de Planos de Saúde, com informações de 2005 sobre 1.142 operadoras, que demonstram como está a liquidez no setor. O diretor de Normas e Habilitações da agência, Alfredo Cardoso, espera com isso atrair analistas de mercado e investidores.

"Queremos pegar essa onda que está atraindo até empresas de menor porte e conseguir uma parceria indireta com bancos de investimento e analistas de mercado", disse Cardoso, acrescentando que, caso isso aconteça, as operadoras serão mais transparentes a irão aperfeiçoar as ferramentas de gestão.

Dos 12 pedidos de abertura de capital em análise na Comissão de Valores Mobiliários, um é de empresa do setor, a Medial Saúde. A Odontoprev já obteve autorização e a Golden Cross também estuda ser uma companhia aberta.

As empresas que vendem planos de saúde suplementar têm tido um crescimento incipiente desde 2004, quando o cenário externo ficou favorável ao crescimento interno. "A recuperação foi pequena, mas o mercado está com um maior equilíbrio entre receita e despesa e a constituição das garantias também aumentou", justificou Cardoso.

Em número de beneficiários, o setor médico-hospitalar aumentou 7 25% de 2003 para 2005, passando de 34,4 milhões para 36,9 milhões de usuários. No setor odontológico, o crescimento foi ainda mais robusto: 32,4%. O número de usuários aumentou de 4,1 milhões para 5,5 milhões.

A ANS não quis divulgar uma lista com as empresas mais saudáveis financeiramente, alegando que não é finalidade da agência criar um ranking de operadoras baseado na saúde financeira. "Podemos ter empresas de pequeno porte que honrem seus compromissos com médicos e cumpram tudo o que prometem aos usuários", explicou Cardoso.

Para o anuário, 683 operadoras não enviaram informações financeiras, ou mandaram os dados de forma incorreta. "A gente parte do pressuposto que não manda porque é ruim", disse o diretor. "Mas também pode ter havido algum problema burocrático" desculpou.

Essas empresas foram autuadas e, caso não enviem as informações pedidas, poderão ser multadas e até sofrerem uma intervenção direta. Só este ano cerca de 400 operadoras foram fechadas, segundo a ANS.

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