A usina nuclear Angra 2, operada pela Eletronuclear, deverá ficar pelo menos
mais 40 dias sem funcionar. A informação consta de nota da estatal divulgada
hoje explicando que a empresa decidiu trocar o rotor (parte fixa do gerador)
para tentar resolver o problema apresentado em novembro que é a alta umidade no
gerador elétrico. A usina ficou 76 dias sem operar e havia sido religada ao
Sistema Interligado Nacional (SIN) no dia 16, mas voltou a apresentar problemas
e foi desligada novamente no dia 19.
Segundo a nota da estatal, "uma nova
inspeção registrou que havia presença de água gotejando continuamente, vinda do
rotor, o que indicava uma falha no seu sistema de refrigeração a água". Em vista
disso, a empresa optou por utilizar o rotor da usina Angra 3, cuja construção
está paralisada, apesar de o País já ter comprado os equipamentos necessários à
sua montagem.
"Essa decisão foi tomada porque o reparo do equipamento no
local é complexo e sem garantia de solução definitiva. Embora o fabricante ainda
não tenha proposto um cronograma detalhado para a substituição, estima-se que
este trabalho deva durar cerca de 40 dias", complementa a nota. Ainda segundo a
Eletronuclear, desde o início de processo de secagem do gerador, há mais de dois
meses, cerca de 400 litros de água foram removidos, valor esse que, segundo
cálculos do fabricante, seria o limite máximo caso não houvesse vazamento de
água para dentro do gerador. "No entanto, a umidade continuou a aumentar, assim
como a retirada de água do equipamento. Decidiu-se, então, pelo desligamento da
unidade e a troca do rotor.