A pesquisa de satisfação do consumidor divulgada pela Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, confirma a posição da Copel como uma das cinco melhores grandes empresas do setor no Brasil. A nota média atribuída à estatal paranaense (61,51) é maior, por exemplo, que a da Cemig (60,92), classificada no levantamento da Aneel em primeiro lugar entre as grandes concessionárias da região Sudeste. O resultado foi divulgada na terça-feira (19).
?A pesquisa comprova o que já sabíamos desde que a Abradee (associação que reúne as empresas distribuidoras de energia) divulgou o resultado do seu estudo, há poucas semanas?, comentou o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. No entanto, a nota atribuída à Copel nessa pesquisa, inferior à média obtida na edição anterior (68,85), surpreendeu o presidente. ?Considero nossa nota estranha, pois não guarda consistência com o desempenho histórico da Copel na série de pesquisas da Aneel, e, muito menos com o levantamento da Abradee, divulgado em junho?.
Ranking
Pela pesquisa da Abradee, que há sete anos é feita pelo Instituto Vox Populi ? o mesmo que até o ano passado fazia o mesmo trabalho para a Aneel, a Copel ficou entre as cinco melhores empresas elétricas do país na opinião do consumidor com 83,8% de aprovação (na pesquisa anterior seu índice chegou a 75,0%). ?Tivemos do nosso cliente as melhores notas já obtidas em todas as sete pesquisas?, disse Ghilardi. ?É uma clara demonstração de que os consumidores ligados à Copel nunca estiveram tão satisfeitos com nossos serviços quanto agora?.
Comparando os números das duas pesquisas, Rubens Ghilardi constata que a diferença entre eles pode estar no fato de a Aneel haver contratado outro instituto de pesquisa para o seu levantamento de campo. ?Talvez junto com a mudança de pesquisador tenha havido alteração na metodologia aplicada, levando a resultados que, a rigor, não podem ser comparados com os obtidos em pesquisas anteriores?.
O presidente da Copel aponta indícios de algum tipo de distorção observando o resultado global da pesquisa no país, que também apurou queda significativa no grau de satisfação do consumidor com as empresas de eletricidade. ?A nota média nacional, que nas quatro pesquisas anteriores oscilava em patamares próximos a 63, caiu para 58,88 indicando que a régua usada pela Aneel para as medições na pesquisa deste ano é diferente?.
Perplexidade
A estranheza da Copel quanto aos resultados da pesquisa da Aneel anunciados na terça-feira é a mesma do presidente da Abradee, Luiz Carlos Guimarães, que publicamente manifestou sua perplexidade com a discrepância dos números registrados pela Aneel e os apurados por sua Associação, conforme relata a Agência Canal Energia, especializada na cobertura de assuntos do setor elétrico.
Na pesquisa de satisfação dos consumidores patrocinada pela Abradee, cujos resultados foram divulgados no princípio de junho, a média nacional apurada atingiu 77,1% contra a média de 74,2% de satisfação verificada na pesquisa anterior, revelando crescimento nos níveis de satisfação, ao contrário do que conclui a pesquisa da Aneel. ?Não sei explicar a causa dessa diferença, não esperava esse número (58,88). Só posso acreditar que a nossa pesquisa está perfeita?, comentou o presidente da Abradee ao Canal Energia logo depois do anúncio dos resultados.
À mesma agência ele observou que, assim como no índice medido pela Abradee, o da Aneel também vinha atestando uma evolução na qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias desde 2000, quando a sua pesquisa começou a ser feita. ?Sem afirmar, o presidente da associação das distribuidoras sugere que a diferença de quase cinco pontos no índice da agência reguladora pode ter sido causada por alguma mudança na metodologia da pesquisa feita no ano passado?, argumenta o Canal Energia.
Neste ano, a Aneel contratou a empresa Datamétrica Consultoria para o trabalho de campo, antes feito pelo Instituto Vox Populi. ?Como se trata de uma empresa relativamente nova no setor, é possível que tenha havido algum tipo de problema na maneira como a pesquisa foi feita. O que é estranho é haver essa queda repentina em menos de um ano. Isso não é normal?, encerrou o presidente da Abradee.
