Com a sanção da Lei de Falências pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Grijalbo Fernandes Coutinho, espera que a taxa de juros do país caia. "Apesar de todo o nosso ceticismo durante a tramitação da nova Lei de Falências, o Poder Executivo e os representantes dos bancos propagavam a idéia de que a partir da ampliação de garantias oferecidas ao sistema financeiro com a nova lei de falências – capaz de assegurar liquidez aos empréstimos bancários -, o conjunto da sociedade brasileira seria beneficiado com a queda imediata da taxa de juros", afirmou Coutinho ao lembrar de declarações do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de que a nova Lei de Falências é um `importante instrumento na construção de uma institucionalidade que assegure o cumprimento de garantias creditícias e que permita tanto a redução dos atuais spreads bancários quanto a expansão do volume de crédito privado’.
Os economistas esperam que a taxa Selic – atualmente em 18,25% – recue para 16,5% ao ano até o final de 2005. O mercado também modificou a previsão para a próxima reunião do Copom, que será realizada nos dias 15 e 16 de fevereiro. Antes, as apostas eram de manutenção da taxa. Agora, a estimativa é de um aumento de 0,25 ponto percentual, para 18,50%.
Para Coutinho, a notícia de que a taxa de juros será mais uma vez elevada na próxima reunião do Copom merece, sem nenhuma dúvida, uma explicação convincente por parte do Banco Central, "considerando que uma das principais causas do aperto monetário transferido aos contribuintes e aos consumidores, na concepção dos agentes do mercado, recepcionada pelo governo, foi eliminada a partir da vigência da Lei de Falências".