A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) vai dominar as atenções do mercado financeiro nesta semana. O Banco Central vai divulgar a ata do Copom na quinta-feira e os analistas esperam ver no texto sinais sobre o ritmo de cortes dos juros daqui para frente. "Queremos ver como o BC está interpretando a atividade fraca de novembro, já que, na ata anterior, esperava uma recuperação do PIB no quarto trimestre", diz Flávio Serrano, economista da corretora Ágora Senior.
Caso o Copom afirme, na ata, que a atividade econômica não está se recuperando como era esperado, esse pode ser um sinal de cortes mais agressivos na taxa de juros Selic
Os analistas também buscam pistas sobre a interpretação que o BC fez da elevação da inflação em janeiro. "Queremos ver se o BC vê a alta da inflação como localizada, ou se vê perigo de a aceleração dos preços contaminar as expectativas", diz Serrano. No mesmo dia em que o Copom divulga a ata, o IBGE vai anunciar a taxa de desemprego de dezembro
Na sexta-feira, outro dia de notícias importantes – será divulgado o IPCA-15, que serve de referência para o IPCA, o índice que norteia as metas de inflação. O IPCA-15 funciona como uma prévia do IPCA. Serrano espera que o índice fique entre 0 45% e 0,50%, acima do de dezembro, que foi de 0,38%. No mesmo dia, será divulgado outro índice de preços, este semanal, o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe)
Os olhos dos analistas também estarão voltados para o desempenho das bolsas do exterior, depois de uma semana atribulada. A bolsa de Tóquio teve queda acentuada na semana passada, mas recuperou-se depois. O índice mais importante que será divulgado no exterior é a primeira prévia do crescimento do PIB dos Estados Unidos. Os analistas estimam um crescimento do PIB de 2,8%, anualizado, no quarto trimestre. O crescimento americano é um indicador da trajetória de juros determinada pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos. Caso o crescimento fique muito abaixo do esperado, o Fed pode decidir antecipar o fim das elevações de juros
O comportamento dos juros americanos é observado com atenção nos países emergentes. Os juros baixos das economias desenvolvidas (Japão, EUA e União Européia) foram combustível para a onda de liquidez que vem dominando a economia internacional. Como os juros estão baixos nos países ricos, investidores têm apostado em aplicações nos países emergentes, em busca de retornos mais satisfatórios