A chefe da Corregedoria-Geral da União (CGU), Anadyr de Mendonça Rodrigues, negou hoje, em Curitiba, as acusações que lhe foram feitas pela Frente Trabalhista de que teria agido de forma ?irresponsável e leviana?, ao divulgar as suspeitas de irregularidades na aplicação de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pela Força Sindical. ?Nego, simplesmente nego?, afirmou. ?Nenhuma dessas acusações tem procedência.?  Anadyr disse também não estar preocupada com as ameaças feitas pela coligação e pelo candidato da Frente Trabalhista a vice-presidente, Paulo Pereira da Silva (PTB), o Paulinho, de que entrariam com ações na Justiça. As ilegalidades apontadas pela auditoria teriam acontecido na época em que Paulinho presidia a entidade. ?O acesso ao Poder Judiciário é livre nesta República?, afirmou. Ao saber que ele abriria o sigilo fiscal e bancário, ela disse que o trabalho de fiscalização refere-se à entidade Força Sindical e não a alguém em especial.

?Desconheço, para todos os efeitos, quem é a pessoa responsável por qualquer das irregularidades detectadas nesta fiscalização de controle interno junto à entidade Força Sindical?, registrou. ?Quem respondia ou não pela entidade é um problema interno dela.? Segundo Anadyr, não há qualquer problema em haver uma auditoria independente, conforme proposto pela central sindical. ?Quanto mais fiscalização houver, é melhor?, afirmou. ?O que importa é que os recursos públicos sejam bem aplicados.? A chefe da CGU negou que haja qualquer interesse político ao apontar procedimentos irregulares na entidades sindical, que era dirigida por Paulinho. ?A Corregedoria é um órgão técnico, responsável pelo sistema federal de controle interno?, acentuou. ?A ação não foi espontânea, mas provocada pela obrigação de dar cumprimento às decisões do Tribunal de Contas da União (TCU).? Segundo Anadyr, a ação de fiscalização em São Paulo tinha sido planejada no começo do ano, ?quando não havia qualquer indicação sobre os candidatos?.

No entanto, o trabalho começou apenas em junho, quando a campanha tinha sido deflagrada. ?Resolvemos correr o risco e manter na íntegra a programação?, disse.  Para a chefe da CGU, a divulgação do caso da Força Sindical deve-se à filosofia de trabalho do órgão de que nenhuma notícia ficaria sem resposta ao cidadão. Segundo Anadyr, as informações de irregularidades vinham de 2001, de tal forma que a Corregedoria, desde então, fez cinco notas oficiais sobre o caso. ?Mas a época de eleição é atípica e alguns assuntos passam a ter conotação diferente.?

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