O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, amenizou nesta segunda-feira (4) as últimas matérias divulgadas pela imprensa, com declarações dos controladores de vôo que estavam de plantão no dia do acidente, comprovando a existência do um buraco negro na região próxima à Serra do Cachimbo, no sul do Pará, onde ocorreu o acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, matando 154 pessoas. "Voamos anos a fio com muito menos radares que temos hoje. Portanto, não há motivo para se discutir buraco negro que, a princípio, não existe", disse Zuanazzi, insistindo que a 30 mil pés os radares "pegam tudo".

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"Mesmo que existisse (buraco negro) isso, por acaso, significa que a vida inteira viajamos em insegurança? Será que tínhamos quase um país inteiro em buraco negro?" Na opinião de Zuanazzi, há exageros nas queixas porque o principal para se voar são as freqüências de rádio que, admite que podem até ter problemas, mas não são tão grandes. As afirmações do presidente foram dadas depois de participar do fórum sobre excelência nos aeroportos da América do Sul, patrocinado pela Infraero.

Na opinião de Zuanazzi, a regra principal a ser seguida para se evitar acidentes aéreos é cumprir o plano de vôo. "Piloto tem que seguir plano de vôo. Depois que a gente ganha máquina de calcular, a gente não quer mais fazer conta a lápis. Mas todo mundo tem de saber fazer conta matemática, se for necessário. Portanto, a aviação é segura. É só seguir as normas internacionais", declarou, insistindo que, apesar da evolução tecnológica, as regras básicas não podem deixar de serem seguidas. Questionado se estava sugerindo se os pilotos do Legacy seriam os responsáveis pela tragédia, ele disse que não pode acusar ninguém porque o acidente ainda é investigado.

Zuanazzi assegurou que os atrasos têm se reduzido dia a dia e chegaram nesta segunda-feira a 11% do total. "Eu espero um fim de ano como estamos tendo agora, sem maiores problemas", disse, explicando que muitos dos atrasos têm ocorrido por problemas das próprias companhias aéreas, que nada têm a ver com o fluxo do tráfego aéreo. Zuanazzi.

Procuradores

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Na quarta-feira, os procuradores que acompanham as denúncias sobre o controle do tráfego aéreo no País visitarão o Cindacta 1 em Brasília, para conhecer como o sistema funciona e as condições de trabalho dos servidores da área. O procurador militar Giovanni Rappatazzo, que acompanhou a abertura do inquérito policial militar (IPM) pela Aeronáutica para verificar se os controladores militares estão agindo contra o regulamento disciplinar, comentou que vê "de uma maneira muito triste as insistentes afirmações de que o sistema aéreo brasileiro é perigoso". E acrescentou: "Isso não é justo." Para ele, depois da visita dos procuradores ao Cindacta 1, todos poderão atestar a segurança do setor.