Os eleitores panamenhos aprovaram por ampla margem um plano de expansão e modernização do Canal do Panamá que permitirá a passagem de navios maiores pelo atalho entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Apuradas mais de 90% das urnas, a proposta orçada em US$ 5,25 bilhões era aprovada pelo placar de 78% a 22% num referendo realizado ontem e marcado pelo baixo índice de comparecimento dos eleitores. A abstenção chegou a 57% entre os pouco mais de 2 milhões de eleitores panamenhos, de acordo com informações divulgadas pelo tribunal eleitoral local.
No referendo, os eleitores aprovaram a construção de um terceiro conjunto de comportas. O objetivo do projeto é permitir a passagem de mais e maiores navios cargueiros, cruzeiros e petroleiros pelo canal inaugurado há 92 anos. As obras devem começar em 2007. A estimativa original é de que levem oito anos para ficar prontas. Segundo a Autoridade Portuária do Panamá, a agência autônoma que controla a passagem, o projeto duplicará a capacidade do canal. Atualmente, o Canal do Panamá tem receita anual de US$ 1,4 bilhão. A meta é alcançar US$ 6 bilhões em receita anual até 2025.
Boa parte da receita do canal é convertida em investimentos na educação e em programas sociais para os panamenhos. Críticos do projeto, entretanto, alegam que a expansão trará mais benefícios aos usuários do canal do que aos panamenhos e advertem que os custos estimados podem complicar ainda mais a situação do Panamá um país altamente endividado. Os Estados Unidos construíram o Canal do Panamá no início do século passado e o controlaram até 31 de dezembro de 1999.
