Já é comum, para os curitibanos, presenciar atrações na Praça Santos Andrade durante o Festival de Teatro de Curitiba. Mas o que deixa as pessoas mais animadas é a variedade de estilos que passam por ela. Na tarde de quinta-feira (02), por exemplo, foram apresentadas duas peças completamente diferentes, com apenas meia hora de diferença.

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Às 13h, a Companhia Salmonela Urbana Companhia Performática, entregou ao público algo um pouco diferente do habitual. Não foi um espetáculo e nem uma peça, e sim algo chamado de intervenção urbana. Intitulada “Intervenção Militar Já!?”, a ideia da companhia era mostrar, a quem passava pela praça, um pouco de como era a vida no período da ditadura.

Dois atores, vestidos de militares, perambulavam pela praça, observando o que as pessoas faziam. Um homem que estava amarrado e amordaçado, sentado em uma cadeira com um violão, é apenas um dos exemplos do que era visto enquanto um discurso sobre a ditadura tocava. Um dos espectadores, que parece não ter entendido a proposta, gritava palavras de deboche à ditadura, quase que atacando os atores.

Segundo a diretora Lucia Helena Martins, a companhia já passou por esse tipo de problema antes. “Nós fizemos a mesma coisa na Boca Maldita algumas semanas atrás e grande parte das pessoas não percebeu que o título é, na verdade, irônico”, comenta. A apresentação durou uma hora e meia.

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Em contrapartida, às 15h, a companhia Garagem de Teatro apresentou a peça “Um por todos e todos pela causa”, que misturou a revolução farroupilha e os três mosqueteiros, com bom humor. Se na peça anterior o público era formado por pessoas mais velhas e estudantes universitários, nessa, quem assistia era, em sua maioria, crianças. E elas adoraram.

O grupo de Caxias do Sul conseguiu manter a atenção de todos e tirou algumas gargalhadas da plateia. Para o ator Janio Nunes, a recepção do público curitibano foi muito boa nas três apresentações. “É realmente interessante. As pessoas estão passando, percebem que vai rolar uma peça, e param para assistir. Esse tipo de coisa não acontece onde a gente mora”, brincou.

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Até o fim do Festival, a Praça Santos Andrade ainda recebe mais nove peças de diferentes estilos. Bom para o público, que pode acompanhar trabalhos de qualidade sem precisar pagar nada por isso.

Para mais informações e horários das peças, acesse o link: http://festivaldecuritiba.com.br/busca?dia_03=1&dia_04=1&dia_05=1&local_id=49&produto_id=1&valor=0