Amorim tenta mostrar otimismo sobre a Rodada de Doha

O diálogo em busca de uma solução para o pleito brasileiro de redução de subsídios agrícolas dos países desenvolvidos "se mantém vivo", segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Hoje (3), dois dias após o encerramento de reunião multilateral de negociação no Rio, ele disse que a vinda de representantes dos Estados Unidos e União Européia ao Brasil mostra que "há empenho de todos (nas negociações) e o País tem hoje um papel vital nesse processo".

Amorim foi homenageado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e defendeu a política externa "universalista" do governo. Segundo ele, os números do comércio exterior desmentem que o Brasil esteja se distanciando dos parceiros tradicionais para buscar novos mercados "como dizem alguns".

Ele argumentou que as exportações "para o mundo em desenvolvimento", que correspondiam a 43% do total exportado pelo Brasil em 2002, subiram para 52% do total em 2005. "Isso não ocorreu em detrimento das relações com o mundo desenvolvido" disse, citando os "recordes" nas vendas externas brasileiras para União Européia e Estados Unidos registrados no ano passado.

O ministro ressaltou que a questão da Rodada de Doha – pauta da reunião realizada no Rio – e a redução dos subsídios agrícolas é "muito complexa", mas reafirmou que o Brasil prosseguirá, "com otimismo e cautela", na luta para reduzir esses subsídios e o protecionismo dos países ricos. "O importante é que os países em desenvolvimento não sejam prejudicados", afirmou.

Ele disse que nas relações internacionais "é preciso ter cautela mas também ousadia, a prudência não deve ser pretexto para a inação". Segundo Amorim, "a independência se faz pela diversificação de parcerias, e é isso que temos feito sem prejuízo das nossas alianças com parceiros tradicionais".

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy; o comissário do comércio europeu, Peter Mandelson e o representante dos Estados Unidos para o comércio, Rob Portman, estiveram reunidos no hotel Copacabana Palace no Rio no final da semana passada para discutir a Rodada de Doha. Amorim preferiu não se estender nos comentários sobre os resultados do encontro. "É uma questão muito complexa", repetiu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo