Amanhã, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e 49 embaixadores que lideram postos do Brasil no exterior detalharão, numa reunião, a política externa dos dois últimos anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo do encontro será tratar de cada tema considerado essencial na estratégia para a inserção do País nos foros mundiais de decisão política e econômica, da expansão do comércio e do reforço do alinhamento do Brasil com as demais economias em desenvolvimento, além da assistência ao cidadão brasileiro no estrangeiro.
Para a reunião, não houve convocações. A participação foi aberta aos embaixadores que desfrutaram de recesso ou férias no fim do ano e que estariam no Brasil nesta semana. Entretanto, a organização foi criteriosa. O encontro deverá ser aberto por Amorim e seguirá com as exposições de uma hora de duração de cada um dos subsecretários do Itamaraty – de Assuntos Políticos; de Assuntos Econômicos e de Tecnologia; de Assuntos de América do Sul; de Cooperação e Comunidades Brasileiras no Exterior, e de Serviço Exterior. No fim da tarde, o secretário-geral do ministério, Samuel Pinheiro Guimarães, fará a mensagem de encerramento.
De acordo com a assessoria do Itamaraty, este será o primeiro encontro de um chanceler com tantos chefes de missão do Brasil no exterior. Mas, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os ministros costumavam convocar pequenos grupos de experientes diplomatas para discutir os rumos da política externa. Desta feita, o caráter não convocatório da reunião foi responsável pelas ausências de nomes de peso na estrutura do Itamaraty, como o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Roberto Abdenour, e os chefes das missões brasileiras nas Organizações das Nações Unidas (ONU), Ronaldo Sardenberg, e Mundial do Comércio (OMC), Luiz Felipe de Seixas Corrêa, candidato a diretor-geral da instituição.
Dos três embaixadores políticos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois – Itamar Franco, da Itália, e Antônio Paes de Andrade, de Portugal – tampouco constavam da lista de presentes.
Desse grupo, estará no encontro apenas o embaixador do Brasil em Cuba, Tilden Santiago. Outro ausente será o embaixador do Brasil no Reino Unido, José Maurício Bustani – diplomata que criticou, publicamente, a administração FHC por considerar que não o havia defendido durante o processo de expulsão dele da Secretaria-Geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) e que caiu nas graças da gestão Lula.
O encontro contará com a presença, principalmente, de representantes diplomáticos em postos-chave na Europa e América do Sul. Entre eles, os embaixadores do Brasil na França, Sérgio Amaral; na Alemanha, José Artur Denot Medeiros; na União Européia (UE), José Alfredo Graça Lima; na Argentina, Mauro Vieira; no Uruguai, Eduardo Santos; na Bolívia, Antonino Mena Gonçalves, e na Associação Latino-Americana de Integração, Bernardo Pericás. Também estarão presentes três dos mais experientes embaixadores brasileiros – Ivan Canabrava (Japão), Frederico Araújo (Austrália) e Elin Dutra (Egito).