O Haiti precisa de uma nova forma de cooperação internacional, com foco no combate à pobreza e no fortalecimento da capacidade do Estado de prestar serviços à população. A estratégia foi defendida hoje (23) pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na abertura da Reunião Internacional de Alto Nível sobre o Haiti, em Brasília.
Segundo Amorim, como o próprio presidente haitiano, René Préval, teria afirmado, a presença da missão de paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah) continua sendo necessária mesmo após a eleição presidencial.
"Mas o presidente Préval também deixou claro que os termos do mandato da Minustah devem ser reformulados tendo em mente a nova situação. Nas palavras do presidente [Préval] bulldozers [escavadeiras] e betoneiras devem ocupar o lugar dos carros de combate", destacou o chanceler.
De acordo com o ministro, é necessário que a comunidade financeira internacional continue destinando recursos ao Haiti, adaptando os requisitos burocráticos do processo de liberação de verbas à realidade do país. "Certos requisitos burocráticos, talvez em si mesmos válidos, no passado freqüentemente sacrificaram as possibilidades de uma real cooperação", lembrou Amorim.
O encontro que reúne representantes de 16 países e de 11 organizações internacionais tem o objetivo de avaliar os resultados da cooperação internacional no Haiti nos últimos dois anos e definir rumos a serem seguidos a partir das prioridades definidas pelo novo governo haitiano. A reunião também será uma preparação para a Conferência de Doadores, a ser realizada em julho, em Porto Príncipe.