O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a entrada da Bolívia no Mercosul. Ele disse que "não lembra de cor" o teor exato do pedido da Bolívia de inclusão no bloco, mas afirmou que "a minha interpretação é que querem entrar como membro pleno". O ministro disse que, se dependesse exclusivamente da sua avaliação, não seria criado um grupo de trabalho para avaliar a adesão da Bolívia, mas seria acolhido primeiro o pedido dos bolivianos e depois criado um grupo para detalhar o processo de inclusão.

continua após a publicidade

O ministro, que chegou hoje ao Hotel Copacabana Palace, onde terá início amanhã a Cúpula do Mercosul, comentou também a reunião que foi realizada hoje no Rio entre técnicos do Mercosul e representantes de países do Golfo Pérsico. Segundo Amorim, os países árabes têm grande disponibilidade de capital e são potenciais investidores nos países do Mercosul. "Faria bem a todos os países do bloco uma negociação com o Golfo Pérsico", disse. Ele lembrou que o Brasil exporta anualmente cerca de US$ 6,5 bilhões para o conjunto de países árabes.

Amorim comentou também as rusgas que têm ocorrido entre países do bloco em torno de tarifas, como é o caso da resistência argentina à idéia de facilitar as exportações do Uruguai e do Paraguai dentro do bloco. "Temos que ter um espírito de generosidade no Mercosul, se todo mundo ficar olhando tudo só mesquinhamente…", afirmou. Amorim confirmou que o presidente Lula deverá ter no Rio, entre amanhã e sexta-feira, reuniões privadas com os presidentes da Argentina (Néstor Kirchner), do Chile (Michelle Bachelet), e da Colômbia (Alvaro Uribe).

continua após a publicidade