Amorim cancela viagem em que trataria da Rodada Doha

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, cancelou nesta terça-feira (28) a viagem que faria no próximo dia 1º a Genebra, onde teria conversas informais, até o dia 4, sobre a retomada da negociação da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) com outros parceiros relevantes. O pretexto da jornada seria sua participação na reunião da União Interparlamentar, na próxima sexta-feira, na sede da OMC.

A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que parte dos interlocutores cancelou a viagem por problemas em suas agendas. Entre eles, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e a representante dos Estados Unidos para o Comércio (USTR), Susan Schwab.

Esses encontros informais entre ministros de vários parceiros da OMC seriam as primeiras iniciativas para tratar da retomada da Rodada Doha desde a reunião de agosto passado, no Rio de Janeiro. Agora, espera-se o agendamento de um encontro mais formal entre os ministros em paralelo ao Fórum Econômico Mundial em Davos, em janeiro de 2007.

No Rio de Janeiro, foi definido o prazo máximo de abril de 2007 para o retorno dos ministros à mesa de negociação, com propostas formais para destravar o processo. Até lá, espera-se um movimento claro dos Estados Unidos em favor da redução do teto na concessão de subsídios a seus agricultores. Na sua proposta de outubro de 2005, Washington ofereceu um limite de US$ 22,5 bilhões anuais – US$ 3 bilhões a mais de subsídios do que os concedidos naquele ano.

Em conversas informais, negociadores americanos recentemente indicaram a possibilidade de esse teto cair para US$ 17,5 bilhões, desde que a União Européia amplie o seu corte de tarifas de importação para produtos agrícolas de 54% para 59% e que a Índia e outros emergentes reduzam o universo de produtos agrícolas que seriam mantidos isentos da liberalização comercial. Os US$ 17,5 bilhões, entretanto, estariam aquém da demanda do G-20, o grupo de economias em desenvolvimento liderado pelo Brasil e a Índia, que espera ver esse limite em até US$ 12 bilhões.

Amorim embarcará na noite de hoje para Abuja, na Nigéria, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participará da 1ª Reunião de Cúpula da América do Sul e da África. Deverá retornar a Brasília com o presidente na próxima sexta-feira.

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