Segue a temporada dos pedidos de desculpas, seqüência paralela mas de vínculo intrigante com o desfile de depoentes e testemunhas convocados pelas CPIs em funcionamento no Congresso Nacional, atacados em conjunto por amnésia incontrolável.
Enquanto alguns atores do melodrama afirmam não se lembrar de fatos recentíssimos, como se falassem a um bando de estultos, no outro canto do palco há os que se penitenciam, a começar por um constrangido presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por último, o presidente interino do PT, Tarso Genro, desculpou-se também perante a nação. Para dar credibilidade ao gesto procurou o deputado José Dirceu, locomotiva do Campo Majoritário, e propôs que o mesmo desista de figurar na chapa inscrita para disputar a eleição nacional em 18 de setembro.
Dirceu respondeu com uma nota, expediente preferido desde o confronto com Roberto Jefferson no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, argumentando que se não renunciou ao mandato, não vê motivos para fugir do julgamento interno da militância. E que não pretende tirar o nome da chapa.
O senador Aloizio Mercadante aproximou-se de Tarso e a estratégia final, com o beneplácito de Lula, é incinerar o ex-chefe da Casa Civil. Companhia mais rejeitada hoje que as garotas do catálogo de Jeany Corner.