A presidenta recém-eleita da Argentina, Cristina Kirchner, senadora e mulher do atual presidente Néstor Kirchner, assim como havia antecipado em campanha, esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro chefe de governo que planejou visitar após a eleição e antes da posse.
A visita protocolar serviu, de ambas as partes, para reforçar os laços da tradicional amizade que une os dois países, segundo a conhecida fórmula dos comunicados conjuntos concebidos pelo jargão diplomático.
Houve também a costumeira troca de impressões sobre esforços cooperativos, como a construção da usina hidrelétrica binacional de Garabi, no Rio Grande do Sul, para os especialistas uma obra assinalada pelo governo argentino como prioritária, além de temas recorrentes, como o fortalecimento do Mercosul, o acordo automotivo que expira este ano e os investimentos necessários para a implantação de projetos de interesse comum.
No terreno das especulações, ganharam projeção os rumores de que Cristina Kirchner decidiu visitar em primeiro lugar o presidente Lula para deixar clara a intenção de manter uma posição equidistante em relação à capital venezuelana.
Algumas interpretações insistiram em espalhar boatos sobre a suposta atuação conjunta dos presidentes do Brasil e da Argentina, com o objetivo de neutralizar o colega Hugo Chávez e suas extravagâncias de ordem político-institucional.
Um dos tantos conselheiros de política externa do presidente Lula, instado a opinar sobre o assunto, repreendeu os indigitados autores da boataria assegurando que essa é uma visão tacanha da política sul-americana. Até prova em contrário…
