A delegação dos Estados Unidos quer se valer da presença de cerca de 100 mil pessoas no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS), a partir de amanhã (23), para organizar uma grande passeata contra o eventual ataque norte-americano ao Iraque.
Segundo os organizadores do Fórum, a delegação dos Estados Unidos deverá ser a segunda maior a participar do evento este ano, atrás apenas da do Brasil. Em relação ao ano passado, o número de norte-americanos deverá dobrar, pois em 2002 cerca de 500 estiveram presentes.
Muitos dos norte-americanos vêm de organizações de bases comunitárias, entre eles 100 da delegação de justiça global de base, a linha de frente de ativistas da comunidade do projeto “Novas vozes da Globalização” e representantes do movimento pacifista dos Estados Unidos.
O Fórum Social Mundial este ano está em sua terceira edição. Todas foram em Porto Alegre. O evento foi concebido como uma resposta popular ao Fórum Econômico Mundial, que acontece anualmente em Davos, na Suíça.
A exemplo das duas edições anteriores, o FSM 2003 também será marcado pelo protesto contra o evento de Davos, que reúne historicamente líderes políticos e executivos de vários países. O aumento da participação dos ativistas norte-americanos também é em razão do recente envio de tropas para o Golfo e a especulação de que, em 27 de janeiro, o relato dos inspetores de armas das Nações Unidas poderia desencadear um ataque ao Iraque.
Neste ano, pela primeira vez, a área temática “Ordem Mundial Democrática, Combate à Militarização e Promoção da Paz” será o eixo principal de discussão, planejamento e atividade do Fórum.