Acusado de envolvimento com a Cosa Nostra italiana, o norte-americano John Edward Alite, de 44 anos, foi extraditado hoje para os Estados Unidos, dois anos após ter sido capturado em Copacabana, zona sul do Rio, segundo a Polícia Federal. Foragido desde 2003 e procurado em vários países, o criminoso foi preso por agentes da Interpol, que cumpriam pedido feito pelo governo americano e expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo autoridades americanas, Alite seria braço direito do mafioso John Gotti, morto em 2002. A organização criminosa conhecida como Família Gambino, comandada por Gotti, representava a ramificação da Cosa Nostra italiana em Nova York. Lá, a quadrilha praticava vários tipos de crimes, como exploração de jogo ilegal, homicídio, extorsão, lavagem de dinheiro e seqüestro. Depois da morte de Gotti, e de sucessivas perseguições aos integrantes da organização, Alite veio para o Brasil, onde morava em um apartamento alugado, em Copacabana, desde 2004.
O mafioso foi localizado por meio de mensagens eletrônicas, rastreadas pelo FBI, polícia federal americana. Ele costumava freqüentar um cyber café de Copacabana, onde se comunicava por e-mail com seus familiares e antigos cúmplices. Era também popular em academias de boxe do bairro, onde praticava o esporte. Em 24 de novembro de 2004, policiais da Interpol, em cumprimento a mandado de prisão preventiva para extradição expedido pelo STF, deu voz de prisão a Alite. Até recentemente, ele ficou preso no Presídio Ary Franco, e, no dia 4, foi transferido para o Ponto Zero da Polinter, em Campo Grande.
Alite tentou embargar a extradição por meio de várias petições de seus advogados, todas indeferidas pelo STF. Cinco agentes do FBI chegaram ao Brasil quinta-feira, em um jato particular, para levá-lo aos Estados Unidos. Os policiais da PF brasileira vão fazer a escolta do criminoso até a aeronave, que está na Base Aérea do Galeão.