Edmundo ficou furioso no treino "rachão", na manhã desta quarta-feira. Brigou com o ala Wendel, foi contido por colegas e deu chilique: "Não encosta em mim." Depois, mais calmo, pediu desculpas ao técnico Caio Júnior, conversou com Wendel e, à noite, comeriam a "picanha da paz" em uma churrascaria de São Paulo com o restante do grupo – tudo isso horas antes de viajar a Rio Preto, onde nesta quinta-feira o Palmeiras pega o América, de olho nas semifinais do Paulistão.
"Precisamos da vitória de qualquer jeito", disse Caio Júnior, que confirmou a escalação de Edmundo, apesar do chilique durante o treino.
A discussão começou porque Wendel cobrou empenho do companheiro no "rachão" – treino recreativo disputado às vésperas de cada partida. Edmundo ficou possesso, partiu para cima do colega e foi contido pelo auxiliar-técnico Júlio César Camargo. O treino acabou ali. "Não teve empurra-empurra nem nada", minimizou Caio. "O que aconteceu foi que outra vez o Edmundo ficou irritado por perder o (treino) ‘dois toques’. Ele não aceita perder. Mas já está tudo resolvido.
Wendel deu sua versão: "O Edmundo pediu para eu tocar a bola. Não deu. Errei. E aí, de cabeça quente, falamos algumas coisas ali." Humilde, o ala só faltou pedir desculpas ao veterano. "Tenho muito respeito por ele, pelo craque que é, pelo nome que tem no Palmeiras, no futebol brasileiro e mundial. Sei que ele tem um temperamento forte, então tenho que respeitar.
O gerente de futebol Toninho Cecílio não precisou intervir no assunto. "Quando essas coisas acontecem, parte do próprio Edmundo a iniciativa de acertar tudo logo.
O dirigente acompanharia o elenco no jantar em uma churrascaria da Barra Funda, na noite desta quarta-feira, antes da viagem a Rio Preto. Wendel brincou: "É como na várzea: todo mundo briga e depois come um churrasquinho junto.
Edmundo não se pronunciou. Essa foi a terceira vez este ano que ele discutiu publicamente com um companheiro. O zagueiro Edmílson, na derrota por 2 a 1 para a Ponte Preta, e o volante Pierre, na vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians, também já foram alvos do "instinto animal" de Edmundo. "Mas o ambiente continua bom", garantiu Caio Júnior. "Não se pode confundir o caráter de uma pessoa com a reação dela por uma irritação qualquer. Todos aqui respeitam o Edmundo.
O América torce para que o clima não tenha ficado tão bom assim depois do bate-boca. O clube sonhou alto, queria o título do interior, mas depois de sofrer três derrotas consecutivas, agora se contenta em permanecer na primeira divisão do futebol paulista. Para o duelo contra o Palmeiras, hoje, às 20h30, no Estádio Benedito Teixeira, o time terá cinco alterações para tentar a reabilitação.
Além de todas as mudanças, o treinador Heriberto da Cunha cobrou muito dos atletas. Ontem, ele parou o treinamento final diversas vezes, corrigiu os erros, além de puxar a orelha dos jogadores. "É preciso ter mais atitude, mais personalidade. E jamais descuidar na marcação, porque jogando contra um time de qualidade como o Palmeiras, qualquer vacilo é fatal", justificou o técnico.
A última derrota, em casa, para o Bragantino, por 4 a 2, gerou várias mudanças no time. Uma delas no gol. André Zuba já não poderia encarar o Palmeiras por causa de um acordo de cavalheiros, porque ele tem vínculo com o time da capital, além disso contraiu caxumba e está fora do Estadual. Adson fica com a vaga.
Os zagueiros Preto e Flávio Donizetti, além do lateral-direito Tiago, todos sem ritmo de jogo, não agradaram em suas estréias e ficam de fora. O mesmo acontece com o atacante Felipe. O trio defensivo será formado por Eduardo Luis, único que permanece, Mateus e Marcos Paulo. Na lateral-direita, Du volta de suspensão e Reginaldo ganha a vaga no ataque. Com estas mudanças, existe a esperança de esquecer as derrotas para Ponte Preta, São Caetano e Bragantino.
O tesoureiro do clube, Luis Carlos Augusto, confirmou a expectativa de um público superior a 12 mil pagantes. O clube já teria vendido antecipadamente oito mil ingressos, e recebeu outra cota de 3.500 bilhetes.
