Ameaça de impeachment não deve prosperar, afirma Garcia

O coordenador da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, disse nesta sexta-feira (20) que, apesar do Brasil ter uma "tradição golpista", não acredita que prosperem ameaças de impeachment num eventual segundo governo petista porque o povo estaria ao lado de Lula. Apesar da série de investigações de corrupção envolvendo o governo, Garcia afirma que tentativas de impedimento do presidente seriam como tentar "ganhar no tapetão".

"Como no futebol, se ganha no campo, não se ganha no tapetão. Quem está querendo ganhar no tapetão eu acho que vai se dar muito mal", disse o coordenador, também presidente interino do PT. Em entrevista na capital gaúcha, onde está para preparar a visita de amanhã de Lula ao Rio Grande do Sul, Garcia afirmou que uma proposta de impeachment não deve prosperar no Congresso

"Essa hipótese é o sonho de alguns termocéfalos (termo em espanhol que indica pessoas de cabeça quente, que não medem as conseqüência do que falam) da oposição. A tradição golpista no Brasil é uma tradição de longa data", afirmou, em uma entrevista na capital gaúcha.

Garcia disse ainda que, no próximo mandato de Lula, parte da reformulação do PT terá que ser justamente sobre a relação partido-governo, ampliando o papel de mobilização da sociedade. "O partido tem que ser um fator importante de mobilização em apoio ao governo, mas ter também posição crítica. Temos que ficar mais próximo ao governo", explicou.

Na mesma entrevista, o coordenador da campanha de Lula negou ter informações sobre a possível participação do ex-ministro José Dirceu no episódio da compra do dossiê Vedoin. "Acho um pouco estranho. Parece-me que o José Dirceu tem se dedicado às suas atividades de advogado e ao blog que criou", afirmou. "Mas sendo verdade ou não, o que me parece duvidoso, não altera nossa posição de esclarecer os fatos.

Garcia lembrou que ofereceu a abertura do sigilo bancário das contas do PT à Justiça e aos promotores que investigam o caso do dossiê e pediu ainda que caia o segredo de justiça da investigação. "O melhor que se pode fazer é abrir a investigação para que se tenha transparência absoluta, que a imprensa seja informada corretamente, sem vazamentos", disse. "Nossa preocupação é terminar com esse clima de suspeitas.

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