O deputado federal Ricardo Barros (PP) bem que tentou atenuar a bulha causada pelo projeto de decreto legislativo de sua autoria, aprovado na Câmara, sem a menor relação com a realidade, devolvendo a administração da Appa ao governo federal.
O parlamentar cruzou as mãos para jurar que o intento não foi contribuir para a tese da privatização do porto, aliás, argumento que o raciocínio-relâmpago do governador Roberto Requião passou a brandir para aglutinar em torno do slogan ?O porto é nosso? a ambrosia do paranismo.
Herdeiro carnal e político do saudoso Sílvio Barros, ex-prefeito de Maringá, ex-deputado federal e proeiro do velho MDB de guerra, o filho preferiu alinhar-se a um pensamento político decrépito que até outro dia teve como líder maior ninguém menos que Paulo Salim Maluf.
Atualmente, tal partido é operado por personalidades com decepcionante comportamento e exposição compatível na mídia, tais como os deputados Severino Cavalcanti e José Janene, que tantos e tão nobres serviços têm prestado ao obscurantismo e ao enterro dos ideais da renascença político-institucional do País.
Seria de perguntar ao herdeiro de patrimônio erigido sobre princípios éticos tão sólidos quanto os vivenciados por seu pai, que papel teria a desempenhar em semelhante caravançará?
Não é possível imaginar que o deputado em questão, até pela tradição de sua família, tenha alguma afinidade com as cenas de baixaria explícita levantadas pelas investigações preliminares da CPMI dos Correios, praticadas por alguns de seus correligionários.
Quanto ao porto, teria sido bem melhor reclamar da União o investimento historicamente procrastinado para a constante modernização das instalações e serviços. E, se almeja inscrever-se entre figuras de escol, mais acerto haveria ainda em porfiar – ao menos – pela federalização da Universidade Estadual de Maringá, cidade onde vive e faz política.
O momento é ímpar, sabe-o bem o deputado, pois o presidente Lula, no afã de deslanchar a agenda positiva, acaba de criar duas novas universidades federais, em Bagé (RS) e no ABC paulista. O Paraná decerto aplaudiria com entusiasmo.