O Ministério do Meio Ambiente não abre mão da defesa do que resta do patrimônio natural no território brasileiro. A manifestação mais recente trouxe uma série de objeções às alterações previstas no Código Florestal Brasileiro, aprovadas pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
Considerando uma agressão ao remanescente florestal, o coordenador do Núcleo de Biomas Mata Atlântica e Pampa do MME, Wigold Schaffer, calculou que se as mudanças avançarem nas demais instâncias da Câmara e do Senado e o projeto seja aprovado, as áreas destinadas à proteção ambiental já destruídas e destinadas à agropecuária continuarão a ser exploradas.
Segundo o técnico, a medida terá forte impacto destrutivo sobre a Amazônia e a Mata Atlântica. As alterações preconizadas determinam a redução da reserva legal de 80% para 50% nos imóveis rurais localizados na região. A reserva poderá ser reduzida para até 30% da propriedade, se houver plantio de espécies florestais com manejo ambiental, sendo também facultado o replantio de áreas desmatadas não só com espécies nativas, mas também com plantas exóticas.
Com relação à Mata Atlântica, onde o desmatamento chegou às raias do absurdo, o projeto altera a definição das áreas de proteção permanente (APPs), pleiteando que apenas as áreas de mata com altitude igual ou superior a 850 metros sejam passíveis de preservação.
Outro gesto afirmativo em defesa do meio ambiente partiu do Ibama, que anunciou possuir a relação nominal dos maiores devastadores da floresta amazônica. Eles se concentram nos Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia, e são responsáveis por 80% do desmatamento criminoso da Amazônia.
Para fechar o cerco, resta ao governo aplicar o rigor da lei contra os predadores ambientais.